A decisão foi anunciada pelo juiz Oleksii Sokolov. Ao reagir à deliberação, Poroshenko e os seus próximos entoaram o hino nacional na sala de audiências, indicou a agência noticiosa AFP.
O procurador tinha exigido a sua detenção, ou uma caução de cerca de 30 milhões de euros.
No entanto, o juiz ordenou ao principal opositor do Presidente Volodymyr Zelensky que entregasse os seus passaportes, ficando impedido de sair da Ucrânia.
“Caros amigos, felicito-vos”, declarou aos ‘media’ o ex-chefe de Estado, rodeado pela sua mulher e diversos deputados do seu partido.
“Viemos aqui para mostrar que não temos medo, que a verdade está connosco”, prosseguiu Poroshenko, acusando o Presidente Zelensky de ter urdido as acusações contra si para se desembaraçar de um rival político.
Diversas centenas de apoiantes celebraram a decisão da justiça frente ao tribunal.
Principal opositor do país, Poroshenko, um milionário de 56 anos e considerado pela revista Forbes um dos homens mais ricos da Ucrânia, regressou ao país na segunda-feira após um mês no estrangeiro, apesar de uma ameaça de detenção.
Os investigadores suspeitam que Poroshenko colaborou com o milionário pró-russo Viktor Medvedchuk, um próximo do Presidente Vladimir Putin, para facilitar a compra em 2014 e 2015 de carvão às empresas situadas no leste do país e sob controlo dos separatistas pró-russos, em guerra contra Kiev.
Segundo o procurador, o ex-Presidente utilizou na prática fundos do Estado para financiar os separatistas, um ato de “alta traição” e passível de uma pena até 15 anos de prisão.
Poroshenko, que durante a sua presidência manteve relações muito tensas com a Rússia, dirigiu o país no auge do conflito, desencadeado na primavera de 2014 e com um balanço de cerca de 14.000 mortos e centenas de milhares de deslocados.
Atualmente deputado, o ex-chefe de Estado foi se seguida citado em algumas dezenas de casos judiciais.
No decurso da sua passagem pelo poder, Poroshenko aproximou o seu país dos ocidentais, mas foi incapaz de solucionar a corrupção e a pobreza.
Zelensky, um antigo comediante, venceu o seu principal rival por larga margem nas presidenciais de 2019, mas sem conseguir solucionar os principais problemas sociais do país.
Comentários