“Juntos, a União Europeia a quatro Estados-membros — França, Alemanha, Países Baixos e Dinamarca — vão doar mais de mil milhões de euros para apoiar a adaptação em África”, revelou o também vice-presidente da Comissão Europeia durante a conferência que decorre no Egito.
Esta iniciativa deve mobilizar programas novos e outros já existentes, segundo um comunicado feito paralelamente pela Comissão Europeia, sem precisar a proporção que é nova.
O comissário detalhou que o fundo vai servir para recolher dados sobre riscos climáticos, reforçar os sistemas de alerta precoce para prevenir as populações de catástrofes iminentes, ajudar a mobilizar o setor financeiro — incluindo privado — para a questão climática e reforçar os mecanismos de segurança face a riscos inevitáveis.
Uma parte desse dinheiro será canalizada para perdas e danos já sofridos pelo continente africano, sublinhou o vice-presidente da Comissão Europeia, tocando num ponto fraturante da COP27.
Numa outra intervenção, Frans Timmermans rejeitou os termos da proposta apresentada pelos países em desenvolvimento — o grupo chamado G77 — mais a China para a criação de um mecanismo de perdas e danos, sublinhando contudo que os Estados-membros da UE estão “conscientes” da necessidade desse instrumento.
Esta proposta “não nos levará onde queremos chegar”, afirmou em declarações aos jornalistas, sustentando que a ela “parte de uma situação de há 30 anos, de 1992, e não de 2022”, o que deixaria de fora da contribuição para as ajudas países que “cresceram enormemente” desde então e que tem hoje “um enorme potencial financeiro”, o que é “inaceitável”.
“Se a China é uma das maiores economias do planeta (…) porque não pode ser corresponsável do financiamento dos danos?”, questionou o representante da Comissão Europeia.
O financiamento de “perdas e danos” sofridos pelos países no sul devido aos impactos do aquecimento global é um dos temas que dividem a COP27.
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