"Fui baleado com uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita", disse Trump logo após o atentado na cidade de Butler, na Pensilvânia (nordeste), um estado crucial nas eleições presidenciais.
Trump, de 78 anos, acabava de começar o seu discurso com um dos habituais temas sobre a entrada massiva de migrantes no país, da qual culpa o presidente democrata, Joe Biden.
Enquanto falava, ouviram-se tiros, levou a mão à orelha e atirou-se para o chão atrás do púlpito antes de ser imediatamente cercado por agentes dos serviços secretos, enquanto o público gritava horrorizado.
Depois de alguns instantes, Donald Trump levantou-se, despenteado e sem o seu boné vermelho, cercado pelos agentes. "Deixem-me calçar meus sapatos", foi ouvido a dizer.
O ex-presidente saiu do palco erguendo o punho e escoltado por seguranças.
Um participante do comício morreu e outros dois estão em estado crítico, segundo os serviços secretos, embora o promotor do condado de Butler tenha falado apenas de um ferido grave.
O autor dos disparos, que estava situado "num ponto alto" fora do recinto onde o magnata republicano realizava o seu comício, também morreu, disse o promotor Richard Godlinger. Por sua vez, os serviços secretos disseram que o agressor foi "neutralizado".
"Não sei como chegou ao local onde estava, mas estava fora do recinto. E acho que vamos precisar descobrir como ele chegou lá", disse o organizador.
"O presidente Trump agradece às forças da lei e aos primeiros socorristas pela rápida ação durante este ato atroz. Ele está bem e está a ser examinado num centro médico local. Haverá mais detalhes", disse o porta-voz de campanha, Steven Cheung, num comunicado.
Um funcionário da Casa Branca anunciou que Biden conversou com Trump sobre o incidente.
"Esta tarde, o presidente Biden falou com o ex-presidente Trump", disse, acrescentando que o atual presidente dos EUA será informado dos detalhes do ataque na manhã de domingo.
"Não há lugar para a violência"
Mais cedo, o próprio Biden, possível rival do republicano nas eleições de 5 de novembro, declarou que "não há lugar para este tipo de violência".
"Não podemos ser assim", disse antes de acrescentar que está "agradecido por saber que está a salvo e bem", disse em um comunicado.
"Estou a rezar por ele e pela sua família e por todos que estavam no comício, enquanto aguardamos mais informações", disse antes de acrescentar que "devemos unir-nos como nação para condenar" a violência.
Este era o último comício de Trump antes da convenção republicana que está programada para acontecer em Milwaukee (Wisconsin) a partir de segunda-feira.
A sua equipa anunciou que Trump participará à mesma, onde deve ser oficialmente nomeado como candidato para enfrentar Joe Biden nas eleições de 5 de novembro.
As reações não demoraram a chegar. "Horrorizado", disse o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer.
O ex-presidente Barack Obama também reagiu na rede social X, dizendo que se sentia "aliviado" por Trump "não ter sido gravemente ferido" e aproveitou para pedir "civismo e respeito à política", em um país muito polarizado.
Elon Musk, magnata proprietário da Tesla e do X, reagiu declarando publicamente o seu apoio a Donald Trump nas eleições e desejando-lhe uma "rápida recuperação".
Entre os participantes do comício, também houve reações fortes.
"Ouvi vários tiros. O homem ao meu lado foi atingido na cabeça, morreu instantaneamente e caiu no fundo das arquibancadas", disse um homem identificado apenas como Joseph à rede NBC News.
"Eleição existencial"
As consequências deste acontecimento para a campanha são imprevisíveis.
Nos últimos dias, a atenção estava focada no estado físico e mental de Joe Biden, de 81 anos, e sua capacidade de enfrentar Donald Trump, após seu desastroso debate de 27 de junho.
Uma dúzia de deputados agora pede que se retire da corrida presidencial.
A vice-presidente Kamala Harris, uma possível alternativa a Biden, voltou a assegurar sua lealdade e confiança ao atual presidente, em um evento de campanha na Filadélfia, pouco antes do comício de Donald Trump.
"Esta é a eleição mais existencial, consequente e importante das nossas vidas e sempre soubemos que seria difícil", disse.
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