Hoje é o último dia em que os peregrinos que se inscreveram para a semana completa podem levantar o ‘kit’, por isso, desde domingo, sobretudo, que os voluntários no centro de acolhimento da Universidade Católica de Lisboa não têm descanso.
É ali que os jovens que não se inscreveram em modalidades com alojamento fazem o ‘check-in’ para o evento, que arranca na terça-feira em Lisboa e decorre até domingo.
“A Universidade Católica Portuguesa, desde o princípio, sentiu como sua missão abrir portas para o que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) precisasse e o primeiro pedido que veio foi o de recebermos nas nossas instalações o centro de acolhimento aos peregrinos”, explicou à Lusa o padre Miguel Vasconcelos, capelão da universidade.
Na garagem do ‘campus’, os carros deram lugar a 64 postos de atendimento, que são a primeira paragem que os peregrinos fazem quando chegam ao centro de acolhimento e onde recebem o vale para irem depois levantar o ‘kit’, que inclui uma mochila, uma camisola, um chapéu, um terço e uma garrafa de água.
Desde dia 20 de junho, quando o centro começou a funcionar, inicialmente para fazer a acreditação dos voluntários, passaram por ali mais de 76 mil pessoas, a maioria (cerca de 62 mil) peregrinos.
Como ainda estão abertas as inscrições, não são números fechados, mas o ultimo número que me deram foi de 112 mil peregrinos sem alojamento”, disse Teresa Loja, coordenadora do centro de acolhimento que está a funcionar com a gestão do Corpo Nacional de Escutas.
Apesar de já terem recebido grandes grupos, alguns com milhares de pessoas, não foi ainda necessário ter os 64 postos de acolhimentos abertos em simultâneo.
“O ‘feedback’ que nos deram de edições anteriores assustou-nos”, contou a coordenadora, referindo que lhe tinham falado em filas de espera de várias horas, cenário que não se verificou.
“Foi perfeito e muito rápido. Em cinco minutos ficámos despachadas”, relatou Olívia. A jovem espanhola chegou a Lisboa no sábado, com um grupo de cinco amigas, e foram hoje fazer o ‘check-in’ e à saída da tenda onde são distribuídos os ‘kits’, já de mochila na mão e credencial ao pescoço, elogiou a organização do centro.
Perto da hora de almoço, os voluntários aproveitavam o raro momento de calma para descansar entre peregrinos. Mónica Junguito, professora na Universidade Católica, está hoje a ajudar naquele trabalho pela primeira vez e diz que tem corrido bem.
“A organização tem sido fantástica, as funções estão muito bem distribuídas e os voluntários que já estão há mais dias ensinaram-nos muito bem aquilo que tínhamos de fazer”, explicou.
Uma das voluntárias mais experientes é Alona Popova, uma jovem ucraniana veio para Portugal há cerca de um ano, na sequência da guerra na Ucrânia, e participa este ano pela primeira vez numa Jornada da Juventude.
Feliz por estar a experienciar um ambiente de união entre tantas culturas diferentes, a “rainha dos ‘kits’ - alcunha dada pelos colegas - tem coordenado os voluntários naquela zona do centro, sempre com uma alegria contagiante.
“Está a funcionar muito bem, porque temos voluntários muito trabalhadores e eles estão a fazer o melhor. Não estava à espera, mas o espírito continua em altas”, conta à Lusa.
Além do centro de acolhimento, a Universidade Católica Portuguesa vai organizar um conjunto de iniciativas ao longo da semana, incluindo conferências sobre temas como educação, ecologia e novos modelos económicos.
Na quinta-feira, recebe a visita do Papa Francisco, para o encontro com universitários, em que deverão estar presentes cerca de seis mil jovens, de acordo com o padre Miguel Vasconcelos.
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