“Criámos uma época especial em setembro para que os estudantes internacionais e das ilhas possam realizar presencialmente as avaliações”, avançou hoje Maria de Lurdes Correia Fernandes, vice-reitora da Universidade do Porto, no âmbito de uma videoconferência para esclarecer dúvidas relacionadas com a retoma de atividades presencias.
De acordo com a responsável, os estudantes deslocados que comprovem a impossibilidade de realizar os exames presenciais durante a época normal, ou seja, nos meses de junho e julho, podem fazê-lo em setembro.
“Apesar de tudo, é um número reduzido, fizemos um inquérito e 75% dos estudantes internacionais estão em Portugal, embora alguns tenham já viagem marcada para regressarem aos seus países”, adiantou.
À semelhança destes estudantes, também os estudantes nacionais deslocados nas ilhas ou em território nacional podem fazê-lo.
“Cerca de 80% dos estudantes da Universidade do Porto são residentes na Área Metropolitana do Porto ou nos concelhos em torno do Porto. Portanto, estamos a falar de uma minoria, mas desde que comprovem que estão incapacitados de se deslocar, podem fazê-lo em setembro”, explicou.
Também os estudantes com covid-19 ou que pertençam a grupos de risco podem fazer os exames presenciais em setembro, desde que comprovada a situação com uma declaração médica.
Maria de Lurdes Correia Fernandes adiantou ainda que o calendário escolar se mantém, apesar de em algumas unidades orgânicas ter sido reajustado, sendo que as aulas decorrem até ao final de maio ou início de junho.
Por sua vez, a época de exames das unidades curriculares com avaliação presencial arranca a partir da segunda semana de junho e decorre até julho, sendo que “grande parte das avaliações será por avaliação distribuída (contínua)”.
Reunidos hoje em videoconferência, os membros do grupo de trabalho da Universidade do Porto responsável pela elaboração das recomendações para a retoma das atividades presenciais responderam às várias questões da comunidade académica.
Além da avaliação e da retoma das aulas presenciais, o uso obrigatório de máscaras, o distanciamento social e o funcionamento das bibliotecas foram algumas das principais dúvidas colocadas ao grupo de especialistas.
De acordo com José Castro Lopes, responsável pela ‘task force’ da Universidade do Porto, a instituição vai providenciar material de proteção, nomeadamente máscaras comunitárias a todos os funcionários e, se necessário, máscaras descartáveis aos estudantes e visitantes que se desloquem às instalações.
Quanto ao distanciamento social, o responsável explicou que, por exemplo, em aulas laboratoriais é recomendado que cada “bancada tenha um ou dois estudantes e que a mesma seja limpa frequentemente”, mas que, quando o distanciamento não for possível, além da máscara se deve usar viseira.
No que respeita às bibliotecas, José Castro Lopes afirmou que esta é uma questão que difere de faculdade para faculdade, mas que, se for possível o atendimento presencial, devem ser garantidas as normas de segurança e higienização, bem como o reposicionamento dos locais de estudo.
Aquando do empréstimo de livros ou documentos, estes materiais de trabalho devem, por segurança, ser “guardados durante um período de 72 horas”.
A realização dos testes serológicos foi outra das questões levantadas pela comunidade académica, sendo que Henrique Barros, o presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) garantiu que os mesmos não são “um passaporte imunológico”.
“Não é uma panaceia, nem um passaporte imunológico. Vamos propor às pessoas a realização do teste que, no fundo, é uma picada no dedo e ao final de 10 minutos já temos essa informação. Em todo o caso, na presença de sintomas ou com historial de risco, vamos propor a realização de um teste de diagnostico”, explicou.
O presidente do ISPUP adiantou ainda que a comunidade académica pode “calmamente voltar a uma certa tranquilidade”, uma vez que vai estar “protegida não só para o novo coronavírus, mas também para outros vírus”.
Também presente da videoconferência, o reitor da UP, António de Sousa Pereira, salientou que o mês de maio “será um retomar muito tímido” e apelou para que a comunidade académica confie na instituição e nas unidades orgânicas.
“Peço que confiem nas instituições e cooperem para fazermos uma retoma em segurança, não queremos criar condições de risco. Não há certezas nesta pandemia, mas todos estamos a fazer o melhor”, concluiu.
Portugal regista hoje 1.074 mortos relacionadas com a covid-19, mais 11 do que na segunda-feira, e 25.702 infetados (mais 178), segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.
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