As universidades de Columbia, de Cornell e da Pensilvânia, três instituições de elite da costa leste norte-americana, estão entre as investigadas, anunciou o hoje o Departamento de Educação num comunicado.
Sete instituições, incluindo um grupo escolar do Kansas, são visadas nesta que é a primeira vaga de investigações deste tipo levadas a cabo pelo departamento desde o início do conflito entre Israel e o Hamas.
Cinco investigações dizem respeito a acusações de “assédio antissemita” e duas de “assédio islamofóbico”, segundo o departamento.
“O ódio não tem lugar nas nossas escolas, ponto final”, afirmou o secretário de Educação, Miguel Cardona, no comunicado, citado pela agência francesa AFP.
Cardona disse que as instituições “devem atuar para garantir ambientes educativos seguros e inclusivos, onde todos sejam livres de aprender” e onde os estudantes “sejam protegidos do ódio e da discriminação”.
No final de outubro, a Casa Branca (presidência) já tinha alertado para o “aumento alarmante de incidentes antissemitas nas escolas e nos ‘campi’ universitários” desde o ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro.
Universidades norte-americanas têm sido palco de polémicas sobre o conflito, nomeadamente a de Harvard, na qual uma declaração pró-palestiniana assinada por associações de estudantes provocou a indignação dos responsáveis políticos, alguns acusando-os de antissemitismo.
Na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, duas associações de estudantes que apelaram ao cessar-fogo na Faixa de Gaza foram suspensas, acusadas de terem feito “discursos ameaçadores e intimidatórios”.
Na Universidade de Cornell, no norte do estado de Nova Iorque, as aulas foram canceladas em 03 de novembro para acalmar o ‘campus’, na sequência da acusação federal contra um estudante que ameaçou de morte colegas judeus.
Na da Pensilvânia, foram projetadas mensagens antissemitas em edifícios de um ‘campus’ em Filadélfia na semana passada, segundo a universidade.
“A universidade continuará a combater de forma vigilante o antissemitismo e todas as formas de ódio”, disse um porta-voz à AFP.
As investigações, baseadas na legislação antidiscriminação adotada durante o movimento dos direitos civis na década de 1960, podem levar ao corte de subsídios federais recebidos pelas instituições, ou mesmo a uma investigação criminal.
O ataque do Hamas a Israel de 7 de outubro causou mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
A ofensiva militar israelita que se lhe seguiu provocou mais de 11.500 mortos na Faixa de Gaza, de acordo com o grupo islamita palestiniano.
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