Ursula von der Leyen começou por lembrar que daqui a “menos de 300 dias” haverá eleições para o Parlamento Europeu.
“Quando estiverem naquela cabine de voto, [os eleitores] vão pensar no que importa para eles. Na guerra que grassa nas nossas fronteiras. Ou no impacto das destrutivas alterações climáticas. Em como a inteligência artificial vai influenciar as suas vidas. Ou nas suas hipóteses de conseguir uma casa ou um emprego nos próximos anos", afirmou von der Leyen.
“Quando me apresentei à vossa força em 2019, com o meu programa para uma Europa verde, digital e geopolítica, sei que alguns tinham dúvidas”, reconhece. “E isso foi antes de o mundo ficar do avesso com uma pandemia global e uma guerra brutal em solo europeu.”
“Mas vejam onde está a Europa agora”, acrescenta. Von der Leyen diz termos assistido desde então “ao nascimento de uma União geopolítica” face à “agressão russa” e a uma “China assertiva”. A presidente da Comissão falou ainda no Green Deal como sendo um projeto ambicioso e destacou várias iniciativas, como a tentativa de criar uma Europa “mais independente em setores críticos como a energia, os chips ou as matérias-primas”
Em relação às alterações climáticas, a prioridade para Von der Leyen é de que o "planeta que está a ferver", destacando os acontecimentos deste verão em Espanha e na Grécia.
“Grécia e Espanha foram afetadas por incêndios selvagens — e poucas semanas depois foram afetadas por cheias devastadoras”, afirmou. “E vimos o caos e a carnificina das temperaturas extremas, da Eslovénia à Bulgária, através de toda a nossa União.”
Em concreto, a presidente da Comissão destacou algumas medidas que diz terem provado que “a modernização e a descarbonização” podem conviver: a criação de fábricas de “aço limpo” e o investimento em hidrogénio limpo.
Mas, no que diz respeito à energia, Von der Leyen acusa Vladimir Putin de ter tentado “usar o gás como arma de forma deliberada”. “Muitos acharam que não íamos ter energia suficiente para aguentar o inverno. Mas conseguimos, porque nos mantivemos unidos”, afirma.
E, segundo a presidente da Comissão Europeia, graças ao investimento nas energias renováveis como alternativa. “O preço do gás na Europa estava a mais de 300€ por megawhat há um ano. Agora está nos 35. Temos de ver como podemos replicar este modelo de sucesso noutras áreas como matérias-primas críticas ou hidrogénio limpo.”
Von der Leyen também acusa Vladimir Putin de ter tentado “usar o gás como arma de forma deliberada”. “Muitos acharam que não íamos ter energia suficiente para aguentar o inverno. Mas conseguimos, porque nos mantivemos unidos”, afirma.
E, segundo a presidente da Comissão Europeia, graças ao investimento nas energias renováveis como alternativa. “O preço do gás na Europa estava a mais de 300€ por megawhat há um ano. Agora está nos 35. Temos de ver como podemos replicar este modelo de sucesso noutras áreas como matérias-primas críticas ou hidrogénio limpo.”
Voltando ao assunto "China", Ursula Von der Leyer referiu também que a Comissão Europeia vai lançar uma investigação, no que considera uma possível "concorrência desleal" no mercado dos carros elétricos
“A Comissão vai lançar uma investigação aos subsídios estatais aos carros elétricos que vêm da China”, por considerar que podemos estar perante concorrência desleal.
A presidente declara, porém, que as “linhas de comunicação” com a China se mantêm abertas, porque “há áreas onde temos de comunicar” — e lembra que há uma cimeira UE-China no final do ano.
Relativamente à inflação, o discurso de Von der Leyen foca-se na questão dos preços da energia.
“Christine Lagarde e o Banco Central Europeu estão a trabalhar ativamente para manter a inflação controlada”, começa reconhecendo que essa é uma competência mais do BCE do que da Comissão.
Em relação à Inteligência Artificial, a presidente da Comissão falou sobre os desafios levantados e explicou que este deve ser “centrada no ser humano, transparente e responsável”. Para assegurar isso, Von der Leyen apresenta três princípios: a Lei da IA, aprovada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, a quem Von der Leyen agradece pelo trabalho nesta “lei inovadora”. O segundo é a criação de um painel global de cientistas, empresas tecnológicas e especialistas que possam aconselhar governos e empresas. E a terceira é a necessidade de diálogo com as empresas de IA, para que estas “se comprometam a cumprir de forma voluntária os princípios da Lei de IA, antes que esta seja aplicada”.
Relativamente às migrações e fluxos de refugiados, Ursula von der Leyen defendeu o Novo Pacto para a Migração e Asilo, que diz assegurar um equilíbrio entre “soberania e solidariedade”.
“Fomos rápidos e unidos na resposta ao ataque híbrido da Bielorrússia”, diz, relembrando a crise migratória na Polónia de migrantes vindos através daquele país. “Trabalhámos de forma próxima com os nossos parceiros dos Balcãs Ocidentais e reduzimos os fluxos irregulares”, acrescenta.
E destaca que o futuro deverá ser o de assinar acordos com vários países semelhantes à parceria assinada com a Tunísia, que “traz benefícios mútuos para lá da migração”.
Von der Leyen destaca ainda a necessidade de atacar “a praga global do tráfico humano”. Por essa razão, anuncia que a Comissão vai organizar uma Conferência Internacional sobre o combate ao tráfico de pessoas.
Comentários