“Pretendemos alertar as entidades que estamos atentos. Precisamos de mais responsabilidade de todos, do Governo, dos profissionais e até dos próprios utentes”, afirmou Margarida Moreira, da associação que organizou o protesto.
Lamentando que não tenham estado mais pessoas, facto que atribuiu ao mau tempo, disse que o protesto também serve para “exigir mais respeito”.
“Precisamos de ser mais respeitados, haver mais dignidade e mais confiança” acentuou aos jornalistas.
Margarida Moreira acrescentou que a situação da urgência no hospital de Penafiel “já não é de agora”, mas tem-se degradado de dia para dia.
“Conforme as coisas estão a evoluir, parece que o Serviço Nacional de Saúde está para terminar”, lamentou.
Apesar da chuva e do frio, os manifestantes, a maioria mulheres, permaneceram algum tempo junto à entrada principal do hospital, exibindo cartazes com frases como “Direito à saúde”, “Mais respeito, mais dignidade, mais saúde” e “Deixem as nossas crianças nascer”, entre outras.
O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, também integrou o grupo de protesto.
Desde quarta-feira, o hospital de Penafiel tem “encerrado para o exterior até novas indicações”, o bloco de partos e a admissão para o serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia.
A decisão do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, sediado em Penafiel, decorre da “indisponibilidade de médicos que permitam completar as escalas de urgência”.
Os utentes têm a indicação que devem “procurar o atendimento, para aquelas situações, no Hospital de São João, no Porto”.
O hospital de Penafiel, juntamente com o de Amarante, no distrito o Porto, integra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), responsável por assistir uma população de quase 600 mil habitantes que residem naquele território, constituindo a segunda maior urgência do norte do país.
Já no dia 03 de outubro, o hospital de Penafiel tinha solicitado o “desvio de doentes da urgência externa”, por não conseguir reunir o mínimo de especialistas em cirurgia geral devido à recusa dos médicos em fazer mais horas extraordinárias.
Hoje, Sílvia Santos, grávida de 30 semanas, de Marco de Canaveses, disse aos jornalistas estar com “muito medo” do que poderá acontecer no futuro, lembrando que antes do parto poderá ter de recorrer à urgência de obstetrícia, sendo obrigada, nesse caso, a deslocar-se ao Hospital de São João, no Porto.
“Eu quero pedir sensibilidade aos governantes e profissionais de saúde”, afirmou, prosseguindo: “Eles que se ponham no nosso lugar para ver o que sentimos”.
Recordou, ainda, que o Hospital e São João costuma “estar muito sobrecarregado e ainda ficará mais com o encerramento de vários serviços em Penafiel”.
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