“Através de modelos estatísticos que existem das várias variáveis envolvidas sabemos que se conseguirmos vacinar no mínimo 1.900 pessoas, e é difícil de objetivar o máximo, na região de Lisboa, conseguimos controlar o surto aqui”, afirmou à Lusa o médico, após a reunião desta tarde do grupo de coordenação de controlo do surto da doença, na Direção Geral de Saúde (DGS), em Lisboa.
O tempo que demorará o controlo, segundo o responsável, depende da capacidade de resposta dos serviços e da informação das pessoas, que se “devem vacinar se for o caso”, pelo que o primeiro passo será ir ao médico para uma avaliação.
A organização não-governamental (ONG) Grupo de Activistas em Tratamentos (GAT) disponibiliza um serviço especializado no Príncipe Real (Lisboa) para homens que têm sexo com homens.
O médico aproveitou para precisar que as duas únicas vias de transmissão da hepatite A são “através de água e alimentos contaminados, o que acontece sobretudo em viajantes, e através do contacto sexual”.
Diogo Medina notou a existência de “muita confusão” quanto aos meios de transmissão da doença “ainda pouco conhecida do grande público”.
“Estão alguns mitos a ser propagados como, por exemplo, que se transmite através do telemóvel, dos puxadores de portas, casas de banho e botões do elevador. E que não haja dúvidas que sem ser por água e alimentos contaminados e contacto sexual não é possível ser infetado por este vírus”, sublinhou.
O médico notou que o surto está agora identificado e que se está a avançar na proteção de três populações prioritárias: aqueles que contactam com as “pessoas que estão doentes, que vão ser vacinados”, tal como cidadãos em risco identificados pelos médicos, segundo as recomendações da DGS, e os viajantes.
Hoje a DGS decidiu alargar a prevenção contra a hepatite A, além da Unidade de Saúde da Baixa, em Lisboa, às consultas de viajante de todo o país.
Isabel Aldir, diretora do Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, explicou que será aplicada imunoglobulina, que “protege mais rapidamente, mas de forma mais transitória” do que a vacina.
O surto centrado na região de Lisboa afetou desde janeiro até ao momento 126 pessoas.
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