“Depois da condenação em primeira instância do cardeal Pell, a congregação para a doutrina da fé vai agora ocupar-se do caso de acordo com as regras estabelecidas pelo direito canónico”, anunciou o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, em comunicado hoje divulgado.
O processo pode resultar em sanções, entre as quais a mais grave será a expulsão da Igreja e obrigação de voltar à vida laica, como aconteceu com o ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick, destituído em meados de fevereiro na sequência de acusações de abusos sexuais a menores e jovens.
Neste caso, o Vaticano não esperou pela conclusão do processo penal cível para abrir o seu próprio inquérito.
Com 77 anos, o cardeal George Pell, que reclama ser inocente e avançou para recurso, irá passar hoje a sua primeira noite na prisão em Melbourne depois do veredicto ter sido emitido em dezembro, mas divulgado apenas na terça-feira.
O Vaticano reagiu na terça-feira àquilo que considerou uma “nova dor”, assegurando ter um “profundo respeito” pela justiça australiana, mas lembrando que o cardeal Pell se diz inocente e que tem “direito a defender-se até à última instância”.
Na terça-feira à noite, o porta-voz do Vaticano anunciou, através do Twitter, que o cardeal australiano deixou de estar à frente do secretariado da Economia (uma espécie de ministério), mas não foi dada qualquer informação sobre o seu sucessor.
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