De acordo com as resoluções da reunião do ‘bureau’ político do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que lidera a coligação, hoje publicadas, o nome de Martins foi escolhido por unanimidade de membros daquele órgão, reunido no sábado em Bissau.
“O presidente do PAIGC apresentou a proposta do camarada Geraldo João Martins como candidato da coligação PAI Terra Ranka ao cargo de primeiro-ministro, nos termos do artigo 42º, Ponto 3, do PAIGC, proposta que foi votada por unanimidade dos 86 membros do ‘bureau’ político”, lê-se nas resoluções finais.
Na segunda-feira, dia 07, pelas 12 horas, tempo de Bissau, o líder da coligação, Domingos Simões Pereira, igualmente presidente do PAIGC, vai apresentar a proposta do nome Geraldo Martins ao chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.
Se o Presidente concordar com o nome de Geraldo Martins irá nomeá-lo primeiro-ministro e este, por sua vez, irá apresentar, novamente ao chefe de Estado a lista de futuros membros do Governo, um processo que o PAIGC espera concluído ainda durante a semana.
Político do círculo restrito de amizade do líder do PAIGC, Geraldo Martins e Simões Pereira têm um percurso que ambos afirmam datar ainda do tempo estudantil em Bissau e mais tarde na antiga União Soviética.
Geraldo Martins licenciou-se primeiro em química física, na Moldávia, mais tarde, já em Bissau, em direito pela Faculdade de Direito de Bissau e ainda concluiu um mestrado em Gestão e Políticas Públicas numa universidade de Londres, Inglaterra.
Embora tenha sido ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, por diversas vezes, a grande paixão de Geraldo Martins, como o próprio o admite, é a condução de políticas no setor da Educação, pasta que também liderou no Governo guineense.
Também foi ministro da Ciência e Tecnologias da Guiné-Bissau.
Entre 2005 até entrar para o Governo do PAIGC, em 2014, Martins foi quadro sénior do Banco Mundial, responsável pelos dossiês de desenvolvimento humano de 25 países subsarianos, entre os quais Cabo Verde, Guiné-Bissau e Senegal.
Recentemente, Martins lançou-se na escrita, tendo publicado já dois romances: “Mil pedaços de amor”, em 2017, e a “Desilusão — Governação e exercício político durante a IX legislatura na Guiné-Bissau”, em 2019.
Antigo militante do Partido da Convergência Democrática (PCD), Geraldo Martins aderiu ao PAIGC, em 2018 e atualmente é deputado, eleito nas legislativas realizadas no dia 4 de junho passado.
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