No segundo dia de trabalhos da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), André Ventura encerrou a manhã, numa iniciativa onde já discursaram, na terça-feira, os presidentes da Iniciativa Liberal e do CDS-PP e que hoje será encerrada pelo líder do PSD, Rui Rio.
Na primeira fila estava, como desde o início dos trabalhos, o ex-presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que André Ventura fez questão de cumprimentar ao entrar na sala quando ainda decorria o painel anterior.
Passos Coelho assistiu à intervenção do presidente do Chega, mas saiu apressadamente mal esta terminou.
No seu discurso, o presidente do Chega desvalorizou a polémica se a direita clássica deve ou não falar com a “nova direita”, considerando que tal será inevitável.
“Rui Rio não tem conseguido fazer o seu papel de oposição à direita e não haverá possibilidade nenhuma de Governos à direita sem o Chega”, considerou.
Para Ventura, “a culpa de a direita não estar no poder é da direita” e recomendou um tratamento diferente para os partidos de esquerda.
“À esquerda mais hipócrita da Europa não se dá bombons, dá-se pancada política”, defendeu.
André Ventura afirmou ainda que no congresso do Chega, que decorre este fim de semana em Coimbra, o partido deve salientar que “nunca será um partido de protesto”.
“O Chega nasceu para governar. É tempo de apresentar aos portugueses uma solução para governar, independentemente de o líder do PSD ser o dr. Rui Rio ou outro”, afirmou.
André Ventura defendeu que “a diabolização do Chega só interessa ao PS”, e lamentou que Rui Rio tenha, por exemplo, aceitado o fim dos debates quinzenais com António Costa para “não desgastar o primeiro-ministro”.
“Coitado do primeiro-ministro, está desgastadíssimo”, ironizou.
O líder do Chega manifestou A disponibilidade do partido para negociar “um projeto para governar Portugal” e ver até onde “pode e não pode ir”, mas deixou um aviso sem destinatário explícito: “Nunca aceitaremos a traição”.
Ventura defendeu que a direita se deve concentrar no “adversário” que é o PS, avisou que não contem com ele para ser “a direita fofinha, mas para uma luta sem tréguas até António Costa deixar de ser primeiro-ministro”
“Enquanto nos preocuparmos mais em agradar à esquerda nunca vamos ser um Governo, vamos ser os fantoches dos socialistas, passados 46 anos é tempo de os fantoches passarem a ser os socialistas”, desafiou.
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