“Lamentamos alguma desorganização que, de facto, se verificou ontem [no sábado, no aeroporto de Lisboa], estamos a trabalhar para que, em futuros voos – que já estão programados – não volte a acontecer”, afirmou Berta Nunes, em declarações à agência Lusa, acrescentando que o INEM irá reforçar a testagem à chegada dos aviões.

No sábado, a chegada a Lisboa de 282 portugueses a partir de Moçambique provocou um caos no aeroporto, já que os passageiros tiveram de fazer e pagar testes à covid-19, apesar de já os terem feito quando partiram de Moçambique.

Alguns passageiros contaram à RTP que, mesmo com vacinação completa, foi-lhes exigido um teste PCR para embarcar, sendo-lhes cobrado entre 80 e 135 euros.

Na chegada a Lisboa, os viajantes foram confrontados com a necessidade de fazer outro teste.

Segundo explicou à Lusa a secretária de Estado das Comunidades, esta exigência de testagem à partida e à chegada está prevista num despacho assinado pelo Governo em 27 de novembro, e que abrange sete países da África Austral — o primeiro alerta de detetção da variante Ómicron da covid-19 foi feito por cientistas da África do Sul -, dos quais só Moçambique tem voos diretos para Portugal.

“As pessoas podem ter feito este teste numa altura em que estavam infetadas mas ainda não estavam a dar [resultado] positivo”, alegou Berta Nunes, indicando que a repetição dos testes “é uma segurança adicional”.

A secretária de Estado sublinhou ainda que foram encontrados casos positivos para covid-19 no voo que partiu de Moçambique e chegou no sábado a Lisboa, embora ainda tenham de ser feitos mais testes para saber se algum deles é da variante Ómicron.

Isto “mostra a importância de fazermos esta testagem por causa da incerteza da variante Ómicron e da necessidade de sinalizarmos e sequenciarmos a existência dessa variante nas pessoas que derem positivo”, considerou, adiantando que o objetivo é “tentar atrasar o máximo possível a entrada da variante até termos mais informação que se considere ser útil para tomarmos medidas, caso se justifiquem”.

Relativamente aos diferentes testes exigidos e aos diferentes valores que os viajantes foram obrigados a pagar, Berta Nunes admitiu que “será preciso clarificar” o que aconteceu.

“O despacho diz claramente que as pessoas, ao chegarem a Lisboa, no aeroporto, serão encaminhados para fazer o teste. Poderá ser o teste PCR ou o teste rápido antígeno. O teste rápido antígeno custa 25 euros, o teste PCR custa 85 euros e estes são os valores. Se há outros valores a serem pedidos teremos que verificar o que se passa”, afirmou.

Para evitar as diferenças, o Governo decidiu que os próximos voos com origem em Moçambique terão, à chegada, a presença do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), instituição com que foi acordado que “o teste a fazer, preferencialmente, será o teste rápido antígeno”.

Segundo a secretária de Estado, só no caso de este teste ser positivo ou inconclusivo é que se fará o teste PCR.

“Porque o teste PCR é o único que permite a sequenciação genómica e, se tivermos um teste positivo, temos mesmo de fazer o PCR”, explicou.

Os próximos voos de Moçambique para Lisboa estão previstos os dias 06 (segunda-feira), 09 e 11, sendo que a organização da testagem — que “não foi a melhor” — está a ser ponderada, em conjunto com outras áreas do Governo e com a ANA Aeroportos, para que passe a correr melhor, concluiu.

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