“A parte chinesa está disposta a fazer esforços conjuntos com a parte portuguesa para continuar a aprofundar o conhecimento e a confiança mútuos, e aumentar intrinsecamente a profundidade e a amplitude da cooperação pragmática, com fim de enriquecer ainda mais o conteúdo da Parceria Estratégica Global China-Portugal, criando em conjunto um futuro promissor para as relações dos dois países”, declarou Xi Jinping.
O Presidente chinês fez estas observações no artigo “Aqui… Onde a terra se acaba e o mar começa…”, publicado no domingo, dia 2, no Jornal de Notícias e no Diário de Notícias.
“Com o estabelecimento em 2005 da Parceria Estratégica Global, os dois países mantêm contactos frequentes de alto nível, confiança política mútua constantemente aprofundada e cooperação pragmática com resultados frutíferos em todas as áreas”, referiu Xi Jinping, que efetua uma visita de Estado a Portugal esta terça e quarta-feira.
O Presidente chinês lembrou o estabelecimento das relações diplomáticas entre China e Portugal em fevereiro de 1979.
“A amizade e a cooperação sino-portuguesas já estão numa via expressa do desenvolvimento. Nestes 40 anos, os dois lados persistem em realizar a cooperação pragmática com base nos princípios de igualdade, benefício mútuo e ganhos compartilhados”, disse.
Segundo o Presidente chinês, “nestas quatro décadas, o relacionamento China-Portugal tem-se desenvolvido de forma estável e rápida, e tem percorrido uma trajetória invulgar”.
Xi Jinping lembrou que, após a crise financeira internacional de 2008 e a crise da dívida soberana europeia, a China e Portugal “envidaram esforços conjuntos” para resistir aos riscos e fazer face aos desafios derivados.
“Uma após a outra, as empresas chinesas vieram investir em Portugal. Ao expandir os seus negócios fora da China, contribuíram também para a criação de postos de trabalho e o desenvolvimento socioeconómico de Portugal.
Xi Jinping referiu ainda que China e Portugal estão numa fase crucial do seu desenvolvimento.
Para aprofundar a cooperação pragmática entre os dois países, Xi Jinping disse que, em primeiro lugar, será reforçado o intercâmbio ao mais alto nível, a amizade, o respeito e a confiança mútuos.
“Em segundo lugar, vamos construir em conjunto ‘uma faixa e uma rota’ e ser parceiros de desenvolvimento comum. Portugal é um ponto importante de ligação entre a Rota da Seda terrestre e a Rota da Seda marítima, por isso, a cooperação sino-portuguesa no âmbito de ‘uma faixa e uma rota’ é dotada de vantagens naturais”, explicou.
Xi Jinping quer o crescimento das trocas comerciais entre os dois países e a criação de novos pontos de crescimento para a cooperação nas áreas automóvel, novas energias, finanças, construção de portos e terceiros mercados.
Também é preciso, segundo o Presidente chinês, aprofundar o intercâmbio humano e cultural, assim como desenvolver a cooperação marítima, o reforço nas áreas de investigação científica relacionadas com o mar, exploração e proteção do mar, além da logística portuária.
O Presidente chinês também quer “intensificar as coordenações multilaterais e serem construtores e defensores do sistema internacional”, no âmbito das organizações internacionais como as Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio.
“Nestes 40 anos, os dois lados persistem em tratar das relações bilaterais do ponto de vista estratégico e de longo prazo”, sublinhou ainda Xi Jinping.
“Resolveram em 1999, de forma apropriada, mediante negociações pacíficas, a questão de Macau, uma questão legada pelo passado, inaugurando uma nova era de desenvolvimento de Macau e das relações sino portuguesas”, acrescentou.
Xi Jinping sublinhou que a amizade entre os dois países “remonta a longa data”, lembrando como há centenas de anos a porcelana azul chinesa influenciou na criação dos azulejos portugueses e também na introdução das técnicas de sericultura em Portugal, fazendo ainda uma referência a Luís de Camões.
O Presidente chinês não deixou de falar nos “vários e excelentes” jogadores e técnicos de futebol que atuam na China, num casal de idosos chineses que vive em Portugal a ensinar a língua e a cultura chinesas, bem como nos pasteleiros chineses “que já sabem fazer o pastel de nata”.
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