O rei espanhol Felipe VI recebeu Zelensky no aeroporto. Segundo o El País, este é um gesto muito incomum para um chefe de estado estrangeiro.
À chegada foi ouvido o hino ucraniano, logo seguido pelo espanhol.
"É mais necessário do que nunca redobrar o nosso apoio"
O chefe do Governo, Pedro Sánchez, recebeu Zelensky no Palácio da Moncloa.
O acordo de segurança assinado entre os dois países "inclui um compromisso de ajuda militar para 2024 de mil milhões de euros que vai permitir à Ucrânia reforçar as suas capacidades", declarou Sánchez durante uma conferência de imprensa comum com o homólogo ucraniano.
O chefe do Governo espanhol referiu-se a um acordo de "grande transcendência" assente em três vetores, centrando-se na entrega de mísseis Patriot para a defesa antiaérea e de tanques Leopard.
Sánchez reiterou o apoio do Governo de Espanha à Ucrânia e disse que a sua luta em favor da sua "liberdade e independência" constitui um exemplo para quem acredite "na democracia, na paz e na igualdade entre Estados".
Este acordo de segurança, segundo Sánchez, é o décimo assinado pela Ucrânia desde o início da guerra, e após os concluídos com a França, Alemanha e Reino Unido.
A ajuda militar fornecida por Madrid a Kiev permaneceu limitada até ao acordo de hoje, que implica uma doação total de 1.129 milhões de euros em material e ajuda militar.
O presidente espanhol referiu que, "desde o início da agressão russa, Espanha está comprometida ao lado da Ucrânia".
"Depois de mais de dois anos, a agressão russa continua, razão pela qual é mais necessário do que nunca redobrar o nosso apoio. Neste contexto, Volodimir, a sua visita permite-nos reiterar o nosso firme compromisso em todas as áreas com a Ucrânia", acrescentou Sánchez, que "renova o seu compromisso de contribuir para a segurança e defesa da Ucrânia", aumentando a cooperação bilateral "para um novo nível".
O governante lembrou que Espanha é o décimo país a assinar um acordo destas características com a Ucrânia, em linha com a declaração do G7 promulgada no ano passado. "O acordo baseia-se numa visão abrangente de segurança e, portanto, estende-se a diversas áreas, como o apoio militar, o apoio financeiro ou a colaboração das indústrias militares".
"Defesa, segurança, paz e reconstrução. Estas são as prioridades que nortearão os nossos esforços conjuntos", disse Sánchez, que terminou o seu discurso a agradecer a Zelensky pela sua visita a Madrid. "Quero agradecer a sua coragem e a de todo o povo ucraniano. Podem contar com Espanha na defesa da paz e de todos os valores que nos unem".
"Não ficaram indiferentes"
Por sua vez, o presidente da Ucrânia agradeceu ao povo espanhol "o carinho e o respeito" pelo apoio ao seu país e ao presidente espanhol pela "ajuda salvadora neste momento tão difícil de guerra".
"Espanha é um parceiro confiável", destacou. "Vocês não ficaram indiferentes quando os mísseis russos começaram a destruir as nossas cidades e vilas e a matar os nossos filhos".
Os próximos passos da visita — e a vinda a Portugal
A Casa do Rei informou que Felipe VI receberia Zelensky no Palácio Real às 14:00 (13:00 em Lisboa) e 45 minutos mais tarde terá lugar um almoço em sua honra. A visita está atrasada.
Entretanto, fontes da Presidência do Congresso disseram à EFE que o presidente ucraniano visitará a Câmara dos Deputados durante a tarde.
A visita de Zelensky a Madrid foi inicialmente anunciada, pela Casa Real de Espanha, para 17 de maio, mas o Presidente ucraniano cancelou a deslocação por causa da evolução da guerra e dos desenvolvimentos na região de Kharkiv (nordeste), alvo de uma intensa ofensiva russa, lançada em 10 de maio, que destruiu edifícios residenciais e infraestruturas civis, e provocou milhares de deslocados.
Zelensky devia ter-se deslocado também a Lisboa na mesma viagem, informação que não chegou a ser confirmada oficialmente. Dias antes, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, tinha apenas confirmado que estava a ser preparada uma visita do Presidente da Ucrânia a Portugal, sem adiantar mais pormenores sobre a data ou programa da deslocação.
Fonte do Governo confirmou à RTP que a visita vai acontecer esta terça-feira e que inclui encontros com Marcelo Rebelo de Sousa e com Luís Montenegro.
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