“No caminho de regresso [dos Estados Unidos] encontrei-me com um amigo da Ucrânia, o Presidente polaco, Andrzej Duda”, indicou Zelensky nas redes sociais, acompanhando a declaração com um vídeo e com fotografias a mostrar os dois estadistas abraçados.
Zelensky disse ter analisado com Duda a evolução da guerra na Ucrânia, na sequência da invasão russa, iniciada a 24 de fevereiro, e “os planos estratégicos para o futuro, relações bilaterais e interações a nível internacional em 2023”.
Numa declaração, a Presidência ucraniana especificou que o encontro decorreu em Rzeszow, no sudeste da Polónia, cidade de trânsito de grande parte da ajuda destinada à Ucrânia e cujo aeroporto é protegido por um grande contingente militar norte-americano.
A reunião correu no dia seguinte à visita de Zelensky aos Estados Unidos — a primeira viagem ao exterior desde o início da invasão russa — onde se encontrou com o homólogo norte-americano, Joe Biden, e discursou no Congresso.
“Os presidentes [Zelensky e Duda] discutiram uma ampla gama de tópicos, com ênfase no fortalecimento das capacidades de defesa do Estado ucraniano e questões humanitárias”, disse a presidência ucraniana num comunicado hoje divulgado.
Segundo o documento, Zelensky agradeceu a Duda o “apoio firme” prestado à Ucrânia pela Polónia e pelos polacos, que acolhem um número elevado de refugiados ucranianos.
Entretanto, em Varsóvia, o Governo polaco elogiou hoje a decisão dos Estados Unidos de fornecer à Ucrânia sistemas de defesa antiaérea Patriot e recordou que a Polónia já se tinha disponibilizado para o fazer, o que foi recusado pela Alemanha.
“[Os Patriot] são um sistema eficaz para os ataques terroristas russos contra infraestruturas críticas ucranianas”, disse o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, após confirmar que a administração Biden garantiu um novo pacote de ajuda militar que inclui esses sistemas.
“Quando consideramos a transferência dos Patriot para a Ucrânia, pensamos essencialmente na segurança da Polónia, da Ucrânia e de todo o flanco oriental da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, acrescentou o ministro.
O governo polaco tinha proposto a transferência destes sistemas para o território ucraniano, pouco depois de Berlim ter prometido entregá-los a Varsóvia para melhorar a defesa deste país, membro da União Europeia (UE) e da Aliança Atlântica.
Dada à oposição de Berlim ao envio dos Patriot para a Ucrânia, a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, e o homólogo polaco concordaram que o sistema de mísseis permaneceria em território na Polónia, face às necessidades defensivas do flanco leste da Aliança Atlântica.
Os Estados Unidos anunciaram quarta-feira que fornecerão ajuda militar à Ucrânia no valor de 1,85 mil milhões de dólares (1,75 mil milhões de euros), incluindo uma bateria de mísseis Patriot.
O anúncio da Casa Branca surgiu poucas horas antes da chegada de Zelensky, sendo que o pacote de ajuda inclui mil milhões de dólares em armas e equipamentos dos ‘stocks’ do Pentágono, incluindo a primeira transferência do sistema Patriot, e 850 milhões de dólares em financiamento através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês).
Parte da USAI será usada para financiar um sistema de comunicações por satélite, que provavelmente incluirá o Starlink, o crucial sistema de rede de satélites da SpaceX, de propriedade de Elon Musk.
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