O argentino Ângel Correa, aos 57 minutos, e o uruguaio Luis Suárez, aos 67, marcaram os golos do ‘onze’ de Diego Simeone, que só precisavam de vencer, depois de chegaram ao intervalo em desvantagem, culpa de um tento de Óscar Plano, aos 18.
Mais do que os seus méritos, o Atlético, que Diego Simeone, de 51 anos, comanda desde dezembro de 2011, beneficiou dos trajetos ‘desastrosos’ dos dois ‘gigantes’ de La Liga, o Real Madrid e o FC Barcelona, que ainda ameaçaram.
Os ‘merengues’ discutiram o título até à última jornada e, a 10 minutos do final da penúltima, eram líderes provisórios, enquanto os ‘culés’ recuperaram na segunda volta, liderados por Lionel Messi, mas claudicaram quando pareciam ‘imparáveis’.
Mesmo antes de começar a prova, o ‘Barça’ já tinha, aliás, começado a ‘ajudar’ o Atlético, ao ceder-lhe, ‘graciosamente’, o seu ‘9’, o uruguaio Luis Suárez, que, sem surpresa, liderou o ataque ‘colchonero’, com 21 golos, em 32 jogos.
O avançado de 34 anos mostrou o quão foi ‘gigantesco’ o erro dos catalães e cotou-se como uma das grandes figuras da prova, prevendo-se que acabe como o quarto melhor marcador, atrás do amigo Messi, Benzema (Real Madrid) e Gerard Moreno (Villarreal).
Como vem sendo habitual, época após época, nunca é, porém, à frente que está a maior virtude do Atlético, um conjunto que, com Simeone, dispensa sem complexos tudo o que tenha a ver com espetáculo, concentrando-se sobretudo em não sofrer golos.
Para esse ‘estado de espírito’ é sempre bom ter a baliza bem guardada e, nesse particular, os madrilenos não poderiam estar mais bem servidos: o esloveno ex-Benfica Jan Oblak, de 28 anos, mostrou que continua a ser um dos melhores do Mundo.
Oblak é um dos grandes responsáveis pelo facto de o Atlético ter acabado a prova com a defesa menos batida (25 golos), mérito que, porém, tem de repartir com toda a equipa, pois, com Simeone, ninguém está liberto de ajudar nessas tarefas.
Entre os defesas, destaque para o montenegrino Stefan Savic, o líder do setor, o brasileiro ex-FC Porto Felipe, mais utilizado do que o uruguaio Giménez, o inglês Trippier, mesmo com uma suspensão pelo meio, e Hermoso.
No meio-campo, pontificaram Koke, Saúl Ñíguez, mesmo sem a influência de outras temporadas, e o ex-‘merengue’ Marcos Llorente, que ‘explodiu’ para a melhor época da carreira, com 12 golos e 11 assistências.
O ataque foi liderado por Suárez, mas outros dois jogadores estiveram em ‘grande’, o belga Yannick Ferreira Carrasco, com seis golos e 10 assistências, e o argentino Ángel Correa, autor de nove tentos mais oito passes decisivos.
Quanto ao jovem português João Félix (21 anos), contratado por 126 milhões ao Benfica em 2019, começou de forma fulgurante, mas não teve a evolução esperada, ficando-se por sete golos e cinco assistências, em 31 jogos, 14 dos quais como titular.
As cinco substituições introduzidas por culpa da pandemia da covid-19 não o beneficiaram, com Simeone raramente a dar-lhe os 90 minutos – apenas cumpriu três jogos completos.
Mesmo assim, foi importante no título, que foi construído com uma notável primeira volta, que os ‘colchoneros’ concluíram com 50 pontos, num trajeto com 16 vitórias, dois empates e apenas uma derrota, no reduto do Real Madrid (0-2).
A meio, o Atlético de Madrid somava 50 pontos, em 19 jogos, contra 40 de FC Barcelona e Real Madrid, ambos com mais um encontro realizado.
Depois de rematarem a primeira metade com 15 vitórias em 16 jogos, a segunda parecia uma ‘formalidade’, rumo ao título, mas os ‘colchoneros’ começaram a somar tropeção atrás de tropeção e, num ápice, ficaram à mercê dos rivais.
Um ‘nulo’ em Nou Camp, face ao FC Barcelona, evitou males maiores, mas, na véspera da consagração, o título pareceu mesmo destinado a rumar ao outro lado da cidade, quando, já com o fim à vista, o Osasuna se adiantou no Wanda.
O brasileiro Renan Lodi, assistido por João Félix, aos 82 minutos, e Luis Suárez, aos 88, salvaram a ‘face’ ao Atlético, que confirmou o título em Valladolid (2-1), também com reviravolta, depois de uma segunda volta com apenas 36 pontos.
No derradeiro jogo, Correa, aos 57 minutos, e Suárez, aos 67, foram os ‘heróis’, com os ‘colchoneros’ a só respirarem de alívio após o último apito do árbitro, já que o Real Madrid também conseguiu venceu. Dois pontos fizeram a diferença.
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