“Hoje, divirto-me muito mais a jogar do que quando tinha 28 anos. O meu objetivo é prolongar este prazer, gozo e felicidade de fazer algo que gosto o máximo possível. Não penso no futuro. Quero aproveitar ao máximo poder ter este privilégio de jogar futsal, pois sei que, quando deixar, não voltarei mais”, afirmou, em entrevista à Lusa.
Contudo, Bebé tem “plena consciência” de que se encontra “mais perto do fim” da sua carreira, embora assegure que “vai continuar a jogar”, pois está “muito feliz” e com o foco apenas em dar o máximo pela equipa das ‘quinas’, em busca de algo histórico.
“Estou sempre à espera de ajudar a equipa, com muito ou pouco trabalho. O ideal era não ter trabalho nenhum, mas sabemos que isso não é possível. Estou preparado para ajudar a equipa no que for preciso, com uma ou 20 defesas. Quero ajudar a equipa a atingir a tão desejada final”, sublinhou o atleta que representa o Leões de Porto Salvo.
Na ‘ressaca’ de uma vitória com contornos épicos frente à Espanha, por 4-2, depois de prolongamento, já festejada, Bebé assumiu a viragem do ‘chip’ para o Cazaquistão, próximo adversário dos campeões europeus, que já conseguiram, pelo menos, igualar o quarto lugar alcançado na última edição do Mundial, em 2016, jogado na Colômbia.
“Têm vindo a melhorar ao longo dos anos, com um projeto de há 10 anos para cá. Têm um guarda-redes que dispensa apresentações, o Higuita, seis vezes melhor do mundo, o Taynan, que conhecemos bem do campeonato português e é campeão europeu pelo Sporting, o Douglas Júnior e jogadores locais que são muito fortes”, destacou Bebé.
Como tal, o experiente guarda-redes considera que os “jogadores naturalizados fazem evoluir os jogadores locais e têm uma mescla muito forte”, que fará com que o jogo das meias-finais seja “muito equilibrado”, numa fase onde estão as melhores seleções.
“Quem já ganhou alguma coisa, é sempre mais favorito, pois já passou pela situação. Diria que Brasil e Argentina são mais favoritos que Portugal e Cazaquistão, mas, no desporto, tudo é possível. A Espanha também tem Mundiais e conseguimos ganhar nos ‘quartos’. Não pensamos nisso. Vamos tentar chegar à final a todo o custo”, frisou.
O guarda-redes Léo Higuita “é uma inspiração” para Bebé, que vê as seis distinções como melhor do mundo como prova da “dedicação, trabalho e dom”, explicando o que a equipa das ‘quinas’ terá de fazer para conseguir bater o guarda-redes adversário.
“Fazendo o que temos feito ao longo desta prova. Temos estado muito preocupados com o que temos de fazer e não com o que os outros fazem. Estando concentrados, a seguir corretamente o plano de jogo e os objetivos traçados, vamos conseguir bater a seleção do Cazaquistão”, disse Euclides Vaz, conhecido no futsal apenas como Bebé.
Um dos segredos de Portugal também passa pela união do grupo, ressalvou Bebé, que revelou que todos se ajudam e aprendem uns com os outros, independentemente da idade, numa mescla de experiência e juventude que traz “mudança de mentalidade”.
Em concentração desde 8 de agosto, o guarda-redes rejeitou a existência de cansaço físico e mental: “Quem corre por gosto, não cansa. Estamos aqui por gosto. Queremos melhorar o maior feito que Portugal conseguiu num campeonato mundial. O objetivo é fazermos as coisas como deve ser, estar focados em nós e ganhar o próximo jogo”.
A partida das meias-finais entre Portugal e Cazaquistão disputa-se a partir das 20:00 (18:00 em Lisboa) de quinta-feira, na Zalgiris Arena, em Kaunas, um dia depois de Brasil e Argentina se defrontarem no outro encontro, em busca de um lugar na final.
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