Sem sorrisos e com algumas lágrimas, dezenas de milhares de pessoas assistiram no Bairro da Ajuda, em Bissau, em ecrã gigante, à derrota que atirou a seleção guineense para fora da Taça das Nações Africanas de futebol (CAN2017).
A desilusão começou a ganhar forma no rosto dos adeptos com um autogolo da Guiné-Bissau, aos 11 minutos, já que os "Djurtus" tinham de ganhar ao Burkina Faso para seguir para os quartos de final da prova, a decorrer no Gabão.
Mesmo assim, ainda houve esperança e histeria durante os últimos 15 minutos da primeira parte.
Uma sucessão de cantos a favor da Guiné-Bissau, que atacava sem dar descanso ao adversário, animou os adeptos.
Foram os últimos momentos de festa em redor dos ecrãs que iluminavam a noite, porque os golos da Guiné-Bissau nunca apareceram.
O público ainda voltava para perto das imagens, após o intervalo, quando a formação do Burkina Faso marcou o 2-0, que sentenciou o jogo, aos 57 minutos.
“Faltou experiência e preparação física", referiu no final da partida Hossel Gomes, um dos adeptos que considerou ter havido sempre uma quebra de rendimento da Guiné-Bissau nas segundas partes das três partidas que jogou na fase de grupos.
Mesmo assim, só o facto de ter chegado à fase final da prova - a primeira competição internacional para a qual a seleção conseguiu apurar-se - já foi um grande feito, pelo que o país “deve receber a equipa com pompa e circunstância”, assinalou Aguinaldo Ampa, jornalista guineense.
Virgínia Delgado, uma das adeptas que seguiu o jogo decisivo quase colada ao ecrã, não conseguiu conter as lágrimas e chorou no final.
O resultado não foi o esperado, mas esta primeira presença na CAN não deixa de ser motivo de orgulho: "A seleção da Guiné-Bissau está de parabéns".
A Guiné-Bissau era o único representante lusófono na CAN2017.
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