Enquanto esperavam pela saída da comitiva nas chegadas do aeroporto, sobretudo familiares e amigos dos atletas, cantaram o hino nacional e exibiram cartazes de apoio com fotografias, a maioria das jogadoras de futsal que venceram na final o Japão por 4-1.
“[conquista do ouro] Tem um significado muito grande, já sonhávamos com isto desde há três anos, desde que soubemos que vínhamos aos Jogos Olímpicos da Juventude. É um sonho tornado realidade. Estamos muito felizes e é um orgulho enorme para cada uma de nós”, disse aos jornalistas Telma Pereira, capitã da equipa de futsal.
Andreia Gonçalves, conhecida por ‘Fifó’, foi a melhor marcadora do torneio, com 21 golos, incluindo os quatro da final.
“Sem dúvida que os quatro [golos] da final são aqueles que nunca mais vou esquecer, porque é uma final. Mas todos eles foram importantes para o caminho até à final da nossa seleção e conseguirmos o ouro. Fico muito contente por contribuir com golos, mas o mais importante é que conseguimos o objetivo que tanto desejávamos. Fazemos isto pelo amor que temos à camisola, não pelo dinheiro que ganhamos ou não. Não há mais nada que nos dê tanto gozo como jogar futsal. Jogamos sempre para ganhar”, frisou Fifó.
Para a atacante, ouvir o hino nacional é das coisas que “dá mais pica” quando entram para a quadra, para quem o futsal é “como uma segunda família”. Quanto ao futuro, Andreia Gonçalves tem o objetivo de participar nuns Jogos Olímpicos e dedicou o ouro conquistado em Buenos Aires à família e aos portugueses.
O selecionador que levou a equipa feminina de futsal de sub-19 a este título olímpico revelou o “segredo” da conquista.
“Muito compromisso e muito focadas desde o primeiro dia. Praticamente desde há três anos. Ao longo de todo este trajeto mantivemos o foco naquilo que queríamos e, quando entrámos na fase decisiva da competição, ainda mais. Não é fácil, num ambiente que é dos Jogos Olímpicos da Juventude, conseguirmos manter estas 10 atletas focadas naquilo que era o nosso dever, que era competir, que era ganhar”, sublinhou Luís Conceição.
O selecionador destacou ainda a forma como as atletas encararam a competição, sempre com ambição de quererem ganhar: “O segredo está no foco, no compromisso, na ambição de querermos ganhar. À partida estaríamos entre as candidatas, e à medida que o torneio se foi desenvolvendo, fomos conhecendo os adversários, sentimos que a amarelinha tinha de ser nossa.”
Esta conquista, segundo o selecionador, representa a aposta que a Federação Portuguesa de Futebol tem feito ao longo dos últimos anos, antevendo um futuro risonho para a modalidade.
“Olhar para esta geração, atletas com 16, 17, algumas com 18 anos, garante-nos alguns anos de continuidade e deixa-nos satisfeitos. Agora, há que continuar a trabalhar, não nos podemos agarrar aos prémios, mas há que dar oportunidade a estas atletas nos clubes de competirem ao mais alto nível, trabalharem constantemente com as melhores e de certeza que mais coisas positivas ainda vão chegar ao futsal português”, vaticinou Luís Conceição.
Alexandre Montez, triatleta, de 16 anos, conquistou duas medalhas: uma de ouro e outra de prata.
“É o significado de muito trabalho, esforço e dedicação, tanto meu como dos meus pais e familiares, treinador, colegas de treino. É um conjunto que depois dá os seus frutos”, relatou aos jornalistas, visivelmente emocionado.
Sentiu a receção no aeroporto com o coração aos “saltos”, pois não estava à espera de “tanta gente”. Em relação ao futuro, tem a ambição de participar nos Jogos Olímpicos, que serão o seu “próximo objetivo maior”.
Os Jogos Olímpicos da Juventude saldaram-se por um balanço de cinco medalhas para Portugal, das quais duas de ouro, através do triatleta Alexandre Montez e da equipa feminina de futsal.
Estiveram na Argentina 41 jovens desportistas portugueses, com idades entre os 15 e os 18 anos, em representação de 12 modalidades diferentes. A delegação portuguesa conseguiu classificações até ao sexto lugar em sete dessas modalidades.
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