"Por um lado, eu gostava de ter cinco [Bolas de Ouro] e ser o único. Quando o Cristiano [Ronaldo] me igualou, eu admito que me doeu um bocadinho, porque já não estava sozinho no topo. Mas naquela altura ele teve o mérito de ganhar a Bola de Ouro e eu não pude fazer muito mais", admitiu Lionel Messi à France Football, no rescaldo da cerimónia decorrida ontem e que o viu ser premiado com o sexto galardão da carreira.
As declarações referem-se a contínua disputa entre Messi e Ronaldo na última década quanto à obtenção de troféus individuais. Se Messi tinha vencido a Bola de Ouro em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015, Ronaldo igualou-o com a receção do galardão em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017.
Relativamente a ter sido deixado de fora da corrida ao troféu nos últimos anos — na edição passada foi Luka Modric a vencer, quebrando o monopólio entre os dois craques —, Messi diz compreender porque é que não venceu. "Não cumprimos o objetivo de ganhar a Liga dos Campeões, que é a competição que te dá mais oportunidades para ganhar a Bola de Ouro", adiantou o argentino, recordando que Ronaldo venceu essa mesma prova com o Real Madrid entre 2015 e 2017 e que foi "decisivo" para esses sucessos.
Apesar do Barcelona não ter vencido a passada edição da Liga dos Campeões — essa honra coube ao Liverpool, que eliminou os culés nas meias-finais —, tendo Messi apenas conquistado coletivamente a Liga espanhola, foi o que fez a título individual o que o devolveu ao lugar mais alto do futebol mundial. Para além de ter ganho a sua sexta ‘Bota de Ouro’ e ter sido o ‘rei’ dos marcadores da ‘Champions’, foi ainda eleito pela FIFA como o ‘The Best’, respeitante à época 2018/19.
No entanto, apesar do seu espólio de títulos individuais, Messi reforçou a ideia de que "os títulos de equipa são os mais importantes, apesar dos individuais terem grande valor", e chutou para canto quanto lhe perguntaram se ele era o melhor jogador de sempre. "Sou um construtor, não um goleador", respondeu.
Já durante a cerimónia de ontem, Messi, de 32 anos, recordou a conquista do primeiro troféu, em 2009, assegurando que, desde então, procurou “melhorar dia após dia”.
“Tenho consciência da idade que tenho e que o final de carreira começa a aproximar-se, mas ainda tenho vários anos pela frente, apesar de estar a passar tudo muito rápido. Quero continuar a desfrutar do futebol, juntamente com a minha família, os meus adversários e os meus companheiros de equipa”, observou o internacional argentino.
Numa altura em que o ano ainda não fechou, Messi, de 32 anos, soma 46 golos e 17 assistências, em 54 jogos, com uma percentagem de vitória de 68,5%, entre os embates pelo ‘Barça’ e a seleção argentina.
Na presente temporada, o argentino lesionou-se logo no primeiro treino e só foi titular pela primeira vez no FC Barcelona em 24 de setembro, mas, desde que isso aconteceu, só num de 14 jogos não conseguiu marcar ou assistir.
Em 2019/20, soma, para já, 13 golos e nove assistências, em 16 encontros, com o FC Barcelona já nos ‘oitavos’ da ‘Champions’ e na liderança da Liga espanhola. Pela Argentina, terá nova Copa América em junho/julho, uma nova oportunidade.
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