Os Estados Unidos da América não vão enviar nenhum representante diplomático aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de 2022, que se vão realizar em Pequim, devido ao "genocídio e crimes contra a humanidade em Xinjiang", anunciou a Casa Branca esta segunda-feira.
Estando presente, "a representação diplomática americana trataria estes Jogos como se nada tivesse acontecido, apesar das flagrantes violações dos direitos humanos e das atrocidades da China em Xinjiang. E simplesmente não podemos fazer isso", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Com este boicote, nenhum representante do governo dos Estados Unidos vai assistir aos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos, mas os atletas do país vão participar nas duas competições.
"Os atletas do Team USA contam com todo o nosso apoio. Estaremos a dar-lhes 100% de apoio, enquanto torcemos por eles daqui", afirmou Jen Psaki.
Um porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI) informou nesta segunda-feira em Lausanne, na Suíça, que a organização "respeita" a posição dos Estados Unidos e alegra-se de que esta decisão "política" não ponha em xeque a participação dos atletas americanos.
"A presença de autoridades governamentais e diplomáticas é uma decisão puramente política de cada governo, que o COI, na sua neutralidade política, respeita plenamente", disse o porta-voz à AFP.
Durante meses, o governo norte-americano vinha a pensar qual a melhor forma de se posicionar com relação aos Jogos de Inverno, um evento popular e global, que será realizado entre 4 e 20 de fevereiro de 2022 num país ao qual acusa de praticar um "genocídio" contra os muçulmanos uigures de Xinjiang, no noroeste da China.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos acusam Pequim de ter internado em Xinjiang pelo menos um milhão de muçulmanos em "campos de reeducação".
Antes do anúncio da Casa Branca, a China tinha advertido nesta segunda que tomaria medidas em represália, caso os Estados Unidos - como ocorreu mais tarde - decidissem por um boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim.
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