“A Rússia é a única seleção, a par de Portugal, que ganhou os jogos todos. É a seleção com os melhores indicadores neste Europeu e tem uma variabilidade de jogadores que lhes traz uma riqueza enorme em termos de jogo. Não tenho dúvidas de que é o jogo mais difícil que vamos ter. Temos muita consciência da dificuldade”, frisou o treinador.
Ainda na ‘ressaca’ de uma reviravolta de contornos épicos contra a Espanha, por 3-2, nas meias-finais, a equipa das ‘quinas’, campeã europeia e mundial em título, enfrenta os russos este domingo, na partida decisiva da prova, com apenas um dia de intervalo.
“Temos de ter consciência da importância do jogo e de que nada do que está para trás conta ou nos dá alguma vantagem. Hoje é para recuperar e preparar simultaneamente, mas nada que nos atrapalhe e que não nos permita preparar devidamente o jogo, que vai ser duríssimo”, afirmou o transmontano, de 49 anos e no cargo técnico desde 2010.
Jorge Braz não concorda com o ‘chavão’ regularmente utilizado da ‘geração de ouro’ e considerou que o sucesso “não pode ser uma questão geracional”, lembrando outras gerações anteriores de igual valia, mesmo sem terem conseguido as atuais conquistas.
“Temos de continuar a trabalhar para que isto seja sustentado e contínuo. Trabalhar e proporcionar oportunidades para que cheguem à idade sénior com esta mentalidade e ambição. Não pode ser uma questão de gerações de ouro, prata ou bronze. Olhar para as bases e para o trabalho de formação que muitos clubes fazem, apoiar e continuar a sustentar isso tudo, se queremos que aconteça com frequência”, explicou Jorge Braz.
O reconhecimento social dos portugueses em relação à seleção de futsal tem sido cada vez maior e Jorge Braz revelou ser “muito gratificante”, mas realçou que isso surge na sequência do trabalho efetuado, garantindo que sentirá sempre orgulho nesta equipa.
“Temos de baixar a adrenalina, perceber que vem aí um desafio difícil, que marca algo que realmente queremos muito. Vamos ter de ser consistentes e ter enorme orgulho no que fazemos. Está tudo muito tranquilo, até há brincadeiras e barulho a mais nas refeições. É sinal do ambiente que se vive aqui. É uma satisfação brutal estar aqui com esta gente. Estava aqui todo o ano, sem problema nenhum”, assumiu o selecionador.
No duelo ibérico, o jovem Zicky foi o grande destaque dos lusos, sendo, aos 20 anos, considerado o melhor jogador jovem do mundo, mas Jorge Braz entende que o pivô tem “muitas coisas a melhorar”, reforçando que “todos contam”, sem olhar a idades.
“É fundamental ter o valor humano de entender o que é pertencer a uma equipa, o que é trabalhar, atingir objetivos e ir atrás deles. Tem muita importância nas seleções jovens. O Zicky, se calhar, atingiu isso mais cedo porque tem uma personalidade e uma forma de ser muito focada, sabe muito bem o que quer e tem um espírito de equipa fabuloso. Hoje é o Zicky, ontem foi o Afonso, o que também têm feito o Tomás Paçó ou o Pauleta… Tem sido fantástico a função de cada um. Todos contam”, sublinhou.
Portugal e Rússia disputam a final do Europeu2022 de futsal no domingo, a partir das 17:30 locais (16:30 em Lisboa), na Ziggo Dome, em Amesterdão, depois de Espanha e Ucrânia decidirem o terceiro e quarto lugares da prova continental, às 14:30 (13:30).
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