Laporta responsabilizou a anterior direção, de Josep Bartomeu, por aquilo que dizer ser uma situação “dramática” do clube, que levou à saída de Lionel Messi, e acusou o anterior presidente de inúmeras “mentiras”, pelas quais deveria ser responsabilizado.

Em conferência de imprensa, após auditoria às contas, Joan Laporta adiantou que o clube tem um saldo líquido negativo de 451 milhões de euros, o que o deixa em condições muito difíceis para negociar com jogadores.

“Os nossos salários representam 103% das receitas totais do clube. Mais 20 ou 25 do que os nossos concorrentes. Deparámo-nos com uma situação difícil para renegociar os contratos dos jogadores”, especificou.

O clube ‘perdeu’ Messi para o Paris Saint-Germain, por ser incapaz, face à elevada massa salarial do plantel, de dar ao jogador um contrato que se enquadrasse no rigoroso do ‘fair play’ financeiro da Liga espanhola de futebol.

O atual presidente, eleito em março, com 54,2% dos votos, numas eleições em que concorriam com Víctor Font e Toni Freix, com 29,9% e 8,58%, respetivamente, sucedeu ao muito contestado Josep Bartomeu.

Com a saída de Messi, as críticas viraram-se para Laporta, com o dirigente a ser acusado de não ter feito o suficiente para segurar o jogador, várias vezes eleito o melhor do mundo e que representou o clube durante 21 épocas.

No domingo, no triunfo do ‘Barça’ no arranque da Liga, diante da Real Sociedad (4-2), foram apresentadas em Camp Nou tarjas a criticarem Laporta, dizendo que enganou Messi, que o Barça não é o seu negócio ou que é um “lacaio” do presidente do Real Madrid.

Alguns adeptos também criticam Bartomeu, que recentemente publicou uma carta, rejeitando qualquer irregularidade durante a sua presidência, durante a qual se debateu com problemas financeiros e em ‘choque’ com Messi.

Já no domingo, o central Gerard Pique revelou ter aceitado uma redução salarial, para que o clube pudesse registar os novos jogadores.

“Estamos satisfeitos por termos resolvido esta questão com Pique, e esperamos que outros capitães ajam dentro desta linha. As negociações estão a correr bem, em breve chegaremos aos acordos que queremos”, adiantou Laporta.