O Porto chega a este jogo difícil depois de ter vencido o Sporting de Braga por 1-0, no último minuto do jogo. Um golo, de Rui Pedro, que pôs fim a 4 jogos sem qualquer tento apontado. A crise no ataque fez com que o treinador dos dragões voltasse a pegar no quadro e na caneta para explicar aos jornalistas o que se estava a passar. Dizia que o processo de jogo estava consolidado, que a equipa dominava os jogos, mas que estava a falhar na concretização.
A falta de sorte teve término quando a jovem promessa dos dragões, Rui Pedro, saltou do banco para fazer aquilo que nenhum dos atacantes foi capaz –nem mesmo André Silva de penálti.
No entanto, há algo a realçar: nos quatro jogos que o Porto não marcou, também não consentiu nenhum golo.
O processo defensivo mostra-se consolidado e melhor que nunca. Aliás, se os pupilos de Nuno Espírito Santo conseguirem manter as suas redes intactas alcançam esta noite, 7 de dezembro, o melhor registo do século XXI: 6 jogos sem sofrer golos.
As culpas são sobretudo do trio defensivo – Casillas, Felipe, Marcano – que se adaptou depressa, ao ponto de à 12ª jornada ser a defesa menos batida do campeonato. Têm apenas 5 golos sofridos.
Casillas vive um dos melhores inícios de época da sua carreira, campeonato e Liga dos Campeões juntos. Para encontrarmos um rácio de golos sofridos melhor do que o da presente temporada, no mesmo momento da época, 0,47 golos sofridos por jogo, temos de recuar até aos tempos do Real Madrid.
Em 2011/2012, por esta altura, o guardião espanhol tinha uma média 0,43 golos sofridos por jogo. No entanto, tinha menos um jogo, apenas 16 contra os 17 já realizados esta época de dragão ao peito. Foi uma época memorável essa em que o ‘merengue’ conseguiu acabar a fase de grupos sem nenhum golo sofrido.
Iguala a sua melhor fase desde que chegou ao Porto. Na época passada conseguiu manter as redes da sua baliza intactas durante 3 jogos consecutivos; o mesmo número com que vai entrar em campo frente à turma de Claudio Ranieri.
Aliás, se não fosse o golo de Lisandro López, no empate tardio do Benfica no Estádio do Dragão, Casillas estaria agora com 7 jogos sem sofrer qualquer golo. Seriam 618 minutos, se lhe somarmos o tempo em que as suas redes se mantiveram intactas depois do golo do Clube de Brugge aos 12 minutos, o último tento sofrido antes desta grande série.
E 618 minutos seria um grande número porque ficaria a 63 minutos de bater o seu melhor registo pessoal de sempre: 681 minutos sem sofrer golos. Longos minutos, do tempo em que envergava o branco do Real Madrid, longos minutos que se estenderam por 9 jogos consecutivos.
Mas isto são só “ses”. O central argentino do Benfica meteu o ‘conta-quilómetros’ a zero e o guardião espanhol respondeu com 3 jogos sem sofrer golos.
O antigo guardião do Real Madrid pode mesmo vir a ser o amuleto de Nuno Espírito Santos. Tem sido até agora no campeonato – ainda não jogou na Taça da Liga nem na Taça de Portugal – e na Liga dos Campeões também. Esta é a segunda melhor época de sempre de Iker Casillas no atual formato, apenas 3 golos consentidos em 5 jogos.
Mas a boa relação entre a competição milionária e o guardião não é novidade, não fosse Iker o jogador com mais partidas disputadas na ‘Champions’ - 163 - e o guarda-redes com mais jogos sem sofrer golos - 55, mais 4 que Edwin Van der Sar.
Leicester a meio gás
O campeão inglês em título chega à cidade invicta já apurado na primeira posição do grupo e sem Vardy, Mahrez, Slimani e Huth. É um jogo para cumprir calendário, gerir cartões e dar minutos aos menos utilizados.
Apesar de tudo isso, o Leicester certamente não estenderá uma passadeira vermelha até à sua baliza, que hoje deve ser defendida por Zieler. Em causa está o prestígio e 1 milhão de euros
Sem recordes na cabeça, individuais e coletivos, o Porto parte para a sua primeira ‘final’ da época.
Nota: Os rácios calculados e as considerações acerca dos melhores momentos foram feitas entre as épocas 2003/04 e a presente temporada. Antes de 2003 o formato da Liga dos Campeões era diferente.
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