“O principal objetivo que traçámos, eu e a minha treinadora [Vera Santos], era claramente competir para obter a marca de qualificação para os Jogos Olímpicos [3:50 horas]”, disse o atleta, em declarações à agência Lusa.

João Vieira, que concluiu a prova em 3:46.28 horas, estava empenhado em obter mínimos para Tóquio2020, antes dos Mundiais de Doha, competição para a qual já tem marca, por considerar que estes, provavelmente, se vão disputar sob “condições adversas, com muito calor”.

O atleta do Sporting, que obteve na Lituânia a sua terceira melhor marca de sempre, garante que foi muito importante o facto de se ter juntado um grupo “com um ritmo certo”.

“Felizmente juntou-se um grupo muito homogéneo, com um ritmo certo e chegámos a marchar para uma marca na casa das 3:53 horas, mas depois fomos progredindo e já estávamos a cumprir cada quilómetro abaixo de 4:30 horas”, confidenciou.

O marchador de Rio Maior assume que começou “a trabalhar para a medalha” mais perto do final, quando se juntou ao polaco Artur Brzozowski, que acabou por ser quarto classificado,

“Em determinada altura, fiquei eu e o polaco, e lutámos pela melhor classificação possível, que já era um lugar no pódio. Mas eu confesso que só acreditei na medalha a 500 metros da meta, quando resolvi dar tudo para conquistar essa posição”, contou.

A fazer uma época ao seu melhor nível, o atleta de 43 anos assegura não haver nenhum segredo para o sucesso, mas sim “muita experiência e trabalho”.

“Não há nenhum segredo. O que há é muita experiência. Muito trabalho e o acumular de situações de alegria e de sacrifício, além do ânimo e da grande motivação que ainda consigo encontrar em cada dia”, disse.

João Vieira vai agora preparar a prova dos 20 km que se disputa dentro de três semanas na Corunha, e que integra o Circuito Mundial, e quer, depois, “ajudar o Sporting nas competições de clubes e nos Campeonatos de Portugal”.