A finalizar a conferência de imprensa de lançamento da partida de sábado, da I Liga, frente ao Moreirense, para a qual o Benfica vai convidar 20 sócios para assistir na tribuna, o técnico disse não saber “qual é a máscara que eles [políticos] põem” para o futebol, “a atividade que melhor soube trabalhar e conviver com o vírus”, e afirmou que é preciso “ser realistas e ter só uma máscara para a covid-19″.
“Com todo o respeito pela Direção-Geral da Saúde, não entendo porque não há espetadores no futebol. Essa conversa de as pessoas que estão no futebol ser diferente do cinema, do teatro, da festa do Avante!, ainda bem. Fiquei todo feliz por haver festa do Avante! Quem consegue ter um controlo da organização como aconteceu e como qualquer clube em Portugal pode fazer, e tivemos agora o exemplo da Supertaça europeia, não entendo como é que no Estádio da Luz não podem estar 15 ou 20 mil pessoas”, comparou Jorge Jesus.
O antigo treinador do Flamengo considerou que “temos de viver” com a nova realidade do vírus “ou então vamos todos um ano para casa e ficamos todos malucos”, antes de lembrar que, no Brasil, “daqui a duas semanas já têm 20 mil pessoas dentro do estádio” e concluir que em Portugal se está “a inventar aquilo que não tem nada de inventar”.
Mas antes de abordar a ausência de espetadores nos estádios, Jesus comentou a atualidade do Benfica, nomeadamente o futuro de três jogadores da formação do clube: Ruben Dias, Florentino e Gonçalo Ramos.
Sobre a possibilidade de o defesa central ser vendido antes do encerramento do mercado de transferências, Jorge Jesus lembrou que foi “habituado ao longo de seis anos a que os melhores fossem contratados”, mas assumiu que é um jogador “importante por várias questões”.
“Primeiro, é um dos titulares desta equipa feitos na academia do Seixal. Segundo, porque é o único internacional português que joga a titular no Benfica e isto quer dizer alguma coisa, uma equipa como o Benfica que só tem um titular na seleção. Depois é um miúdo com muito valor e é muito importante naquele setor”, analisou Jesus.
Sobre Florentino, o treinador revelou que foi ele próprio quem pediu a Luís Filipe Vieira para que não fosse incluído um direito de opção de compra por parte do Mónaco no final do empréstimo, uma vez que acredita que o jovem, de 21 anos, “vai ser uma mais-valia no Benfica” e vai regressar do Mónaco “mais jogador do que saiu”.
Quanto a Gonçalo Ramos, que nesta época já apontou sete golos em três partidas da II Liga, limitou-se a dizer que “o projeto” é treinar com a equipa principal “durante a semana e, sempre que não for convocado, jogar pela equipa B”, como tem acontecido, sem desvendar se pretende dar mais oportunidades ao avançado.
Certa, para o técnico, na partida de sábado, é a ausência de Taarabt, que “não vai recuperar a tempo”, mas incerta é a dupla que vai utilizar no centro do terreno, uma vez que conta com “várias soluções para essa posição” para enfrentar um Moreirense “organizado”, que “não perdeu os seus últimos dois jogos na Luz” e que vai “esperar por um contragolpe ou uma bola parada” para surpreender.
Já em relação a uma notícia publicada durante a semana, sobre uma alegada altercação entre o técnico e Julian Weigl, Jesus garantiu que é “falsa”, mas sublinhou que se tivesse acontecido “também não havia problema nenhum”.
“Estou aqui para assumir as minhas ideias e o que exijo de compromisso da equipa. Se tiver de bater de frente com algum jogador, bato. Mas não foi o caso”, garantiu.
O Benfica recebe o Moreirense no sábado, às 18:30, num encontro da 2.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol onde vai tentar dar seguimento ao bom arranque de campeonato conseguido com a vitória por 5-1, no terreno do Famalicão, na jornada inaugural.
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