Numas ‘finals’ triplamente inéditas, por ser a primeira entre estes conjuntos, com duas equipas que falharam os ‘play-offs’ na época anterior e pelo campo neutro, como resposta à covid-19, os Lakers têm em LeBron James e Anthony Davis dois poderosos argumentos, face a uns Heat cujo ponto forte é a força do coletivo.
A formação californiana chega com um registo superior na fase regular - que lhe teria daria, noutras circunstâncias, o fator casa -, com 52 vitórias (e 19 derrotas), contra 44 (e 29) da equipa de Miami, a pior classificada (quinta no Este) a chegar à final desde os New York Knicks (oitavos) em 1999.
No confronto direto, os Lakers também se superiorizaram nos dois jogos, por 95-80 em Los Angeles, em 08 de novembro de 2019, e por 113-110 em Miami, em 13 de dezembro, sempre com Davis como melhor marcador, com 26 e 33 pontos, respetivamente.
Em relação aos ‘play-offs’, ambos somaram 12 triunfos e três desaires, os Lakers com 4-1 a Portland Trail Blazers, Houston Rockets e Denver Nuggets, na Conferência Oeste, e os Heat com 4-0 aos Indiana Pacers, 4-1 aos Milwaukee Bucks, ‘reis’ da fase regular, e 4-2 aos Boston Celtics, no Este.
Para os californianos, um triunfo, na sua 32.ª final (ampliaram o recorde), significa igualar os 17 títulos dos Boston Celtics, líderes do ‘ranking’, enquanto os Heat - no jogo decisivo pela sexta vez, seis anos depois - tentam o quarto cetro e isolar-se no sexto lugar da tabela dos campeões.
Para chegarem, de forma imaculada, a nova final, 10 anos depois, os Lakers apoiaram-se nas suas duas grandes ‘estrelas’: James apresenta médias de 26,7 pontos, 10,3 ressaltos e 8,9 assistências e Davis de 28,8 pontos e 9,3 ressaltos.
A disputar a sua 10.ª final, feito só conseguido na história por outros três jogadores, e nona nos últimos 10 anos, LeBron James é o líder dos Lakers e a sua ‘fome’ de chegar ao título ficou bem demonstrada na forma como decidiu o jogo 6 com os Nuggets.
Na segunda época em LA, e depois de falhar os ‘play-offs’ na primeira, James quer atenuar o seu registo muito negativo em finais (só três títulos em nove presenças) e espera, sobretudo, pelo apoio de Anthony Davis, claro candidato a maior ‘dor de cabeça’ para a defesa dos Heat.
Além das duas grandes ‘estrelas’, Frank Vogel conta ainda com a experiência de veteranos como Rajon Rondo, Danny Green, Dwight Howard, Markieff Morris ou JaVale McGee e a irreverência de Kyle Kuzma, Kentavious Caldwell-Pope ou Alex Caruso.
Do outro lado, o treinador Erik Spoelstra, que já esteve com os Heat em quatro finais consecutivas, de 2011 e 2014, vencendo em 2012 e 2013, não tem agora as ‘estrelas’ de então, referências como Dwyane Wade, Chris Bosh e, claro, LeBron James.
O líder da equipa é Jimmy Butler, que, à oitava temporada na NBA, vai disputar a sua primeira final e é, sobretudo, um jogador de equipa, bom dos dois lados do campo e ‘especialista’ em definir nas alturas decisivas do encontro. A bola nunca ‘queima’.
O base esloveno Goran Dragic, melhor marcador da equipa nos ‘play-offs’, com 20,9 pontos de média (contra os 20,7 de Butler), e o poste Bam Adebayo, que ostenta 18,5 pontos e 11,4 ressaltos, são as outras grandes referências dos Heat.
Spoelstra confia ainda em Duncan Robinson e no ‘rookie’ Tyler Herro como atiradores de serviço, irregulares, mas letais em dias ‘sim’ (Herro marcou 37 pontos no jogo 4 com os Celtics), e Jae Crowder, bom defensor e também capaz de somar pontos.
O veterano Andre Iguodala, que vai para a sua sexta final consecutiva, depois de cinco pelos Golden State Warriors (MVP em 2015), é o outro trunfo dos Heat, como tão bem demonstrou no derradeiro encontro com os Celtics.
A final da NBA arranca na quarta-feira - 02:00 de quinta-feira, em Lisboa -, e os jogos seguintes estão marcados para sexta-feira (02 de outubro), domingo (04) e terça-feira (06). Se necessário, os restantes realizam-se em 09, 11 e 13 de outubro.
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