“É nossa pretensão colocar o desporto num patamar diferente do que aquele que teve”, afirmou, na sexta-feira à noite, Luís Montenegro, para quem o desporto “merece ter uma política mais ativa e um destaque nas políticas públicas”.
O primeiro-ministro falava durante o jantar do 21.º aniversário da Associação de Atletas Olímpicos de Portugal (AAOP), em Espinho, no distrito de Aveiro, reunindo mais de uma centena de atletas olímpicos nacionais de várias gerações, entre os quais Fernanda Ribeiro e os gémeos Domingos e Dionísio Castro.
Montenegro anunciou ainda que o Governo já está a trabalhar na criação de condições legislativas e operacionais para haver “um período de pós-carreira desportiva mais acautelado” para os atletas olímpicos nacionais, tendo em conta que “o desgaste e exigência das carreiras desportivas de alto nível inviabilizam que em simultâneo as carreiras profissionais possam ter o mesmo percurso”.
“Quem como nós vibra com a vitória e com os desempenhos daqueles que em nome da vitória e dos desempenhos abdicaram dessa componente das suas vidas tem a obrigação moral de não abandonar aqueles que o fizeram”, afirmou.
O primeiro-ministro respondeu assim ao apelo feito momentos antes pelo presidente da AAOP, Luís Alves Monteiro, que alertou para o problema do pós-carreira dos atletas olímpicos portugueses.
“Há 800 atletas olímpicos vivos em Portugal, dos quais 10% estão no ciclo olímpico e 90% no pós-carreira. Estes atletas acabam cada vez mais tarde a competição e chegam cada vez mais tarde ao mercado de trabalho. Eles têm as ‘hard skills’ e são capazes, mas falta-lhes a habituação e a educação para estarem no ambiente de trabalho”, observou.
Um dos momentos altos da noite foi a entrega da medalha de mérito desportivo do Governo a quatro atletas olímpicos, designadamente o ginasta Joaquim Granger, os jogadores de voleibol de praia Miguel Maia e João Brenha e o atleta José Carvalho. Na mesma ocasião foram ainda homenageados vários olímpicos espinhenses.
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