
“O número de corpos recuperados até à data ascende a 14, incluindo oito condutores de ambulâncias das equipas do Crescente Vermelho Palestiniano, cinco membros da Defesa Civil e um funcionário da agência das Nações Unidas”, salientou a organização médica, em comunicado, sem especificar a que agência da Organização das Nações Unidas (ONU) se referia.
Em 23 de março, tanto a Defesa Civil de Gaza como o CVP perderam o contacto com vários dos seus veículos quando se dirigiam para uma missão, após um ataque aéreo israelita.
No sábado, o exército israelita reconheceu ter disparado contra ambulâncias na Faixa de Gaza, depois de ter considerado os veículos “suspeitos”.
Os acontecimentos ocorreram no passado domingo no bairro de Tal al-Sultan, a oeste da cidade de Rafah, onde as tropas israelitas voltaram à ofensiva em 20 de março, dois dias depois de o exército ter retomado os bombardeamentos aéreos na Faixa de Gaza, ao fim de quase dois meses de tréguas.
O CVP tinha revelado que as autoridades israelitas tinham impedido uma equipa de entrar na zona de Tal al-Sultan para procurar os socorristas, acrescentando que “tinham sido apanhados sob fogo israelita pesado”.
De acordo com um comunicado do exército enviado à Agence France-Presse (AFP), minutos depois de os soldados terem “eliminado vários terroristas do Hamas” abrindo fogo sobre os seus veículos, “outros veículos deslocaram-se de forma suspeita em direção aos soldados”.
O exército israelita não indicou se tinham sido disparados tiros destes veículos contra os soldados.
Uma “investigação preliminar [estabeleceu] que alguns dos veículos suspeitos […] eram ambulâncias e camiões de bombeiros”, acrescentou o exército, sem dar mais pormenores, denunciando “a utilização repetida […] por organizações terroristas na Faixa de Gaza […] de ambulâncias para fins terroristas”.
No total, desde o início da ofensiva israelita em outubro de 2023 contra o enclave palestiniano, registam-se mais de 50.200 mortos, a maioria mulheres e crianças, e mais de 114.000 feridos.
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