Anthony Davis e os Portland Trail Blazers
No Oeste a maior surpresa é, naturalmente, a vitória dos Pelicans em quatro jogos frente aos Portland Trail Blazers. A equipa de Nova Orleães chegou aos playoffs na sexta posição do Oeste e, contra os terceiros classificados, surpreenderam ao ser a primeira equipa a passar à fase seguinte. Os Pelicans chocaram a NBA ao ganhar os dois jogos fora e finalizaram em casa o excelente trabalho começado em Portland.
A liderar a equipa esteve Anthony Davis, que teve uma média de 33 pontos por jogo (PPG) ao longo dos quatro jogos da série e lidera os playoffs nessa categoria. A isto juntaram 11.8 ressaltos por jogo (terceiro nessa categoria) e 2,8 desarmes de lançamento (líder nesta categoria). A equipa de Portland não teve resposta para um dos melhores big men da NBA e, mesmo com um dos melhores backcourts da liga não conseguiu ganhar um único jogo. Mas não foi apenas com a qualidade de Davis que os Pelicans se transcenderam. Jrue Holiday (27.8 PPG de média ao longo da série) e Rondo (13.3 assistências por jogo ao longo da série) foram também decisivos.
Isto tudo depois dos Pelicans terem perdido DaMarcus Cousins durante grande parte da época. Para o lugar de Cousins chegou Mirotic, e a sua presença no interior encaixou perfeitamente no sistema de Alvin Gentry. Tudo a ajudar a qualidade imensa de Anthony Davis que foi, até ao momento, o melhor jogador da primeira ronda.
Mas, com uma surpresa destas, do outro lado tem de haver uma desilusão e a equipa de Portland é a maior das desilusões nestes playoffs. Depois de um impressionante terceiro lugar num Oeste carregado de boas equipas, Lillard e companhia não ganharam um único jogo nesta fase da época. E é olhando para a prestação do base que se explica o insucesso.
CJ McCollum passou de 21.4 PPG na fase regular para 25.3 nos playoffs com uma eficácia de 51.9%. Números impressionantes acompanhados por Al-Farouq Aminu, que passou de 9.3 para 17.3 PPG com a mesma eficácia de 51.9%. Contudo, foi nos números de Damian Lillard que se viu a grande quebra que a equipa sofreu: de uns sólidos 26.9 PPG com 43.9% de acerto, o base passou para 18.5 PPG com 35.2% de eficácia ao longo da série. Uma quebra gigante, talvez explicada pela pressão dos playoffs. Lillard, tal como outros, não respondeu bem a uma pressão enorme que existe nesta fase crucial da temporada.
Oladipo e LeBron – uma luta desigual
Outra das maiores surpresas dos playoffs é Victor Oladipo. Apesar dos seus números serem ligeiramente piores que os da fase regular, e de ser um dos favoritos a vencer o prémio de Most Improved Player (jogador que mais evoluiu durante a temporada), todos estavam à espera de ver como o jovem jogador se apresentaria nos playoffs. E frente a uma equipa comandada por LeBron James, Oladipo tomou, até agora, conta da série.
Com uma energia estonteante e sem medo de arriscar, Oladipo levou os “seus” Pacers a um 2-2 contra o melhor jogador da liga. Por sua vez, LeBron fez 4 jogos fantásticos e números estratosféricos, pelo que a grande desilusão é a restante equipa dos Cavaliers. Jogadores como JR Smith e Kevin Love não estão no seu melhor e Tyronn Lue pouco tem feito para melhorar a sua equipa. O 2-2 da série deve-se exclusivamente a LeBron James.
A luta é, assim, duplamente desigual. É injusto para Oladipo ser comparado com o “todo-poderoso” LeBron, mas a comparação é também injusta para LeBron pela diferença notória de rendimento entre os plantéis.
Oklahoma City Thunder e os rookies do momento
Os Thunder eram, à entrada para esta temporada, uma das equipas mais temíveis do Oeste. Com o MVP da época passada e dois all-stars em Paul George e Carmelo, a época prometia muito. Mas até à chegada aos playoffs, as coisas foram atribuladas. Com jogos brilhantes e jogos assustadoramente maus, os playoffs eram uma incógnita. Apesar disso, o fim da temporada foi muito bom e os Thunder conseguiram o quarto lugar no Oeste.
Contra uma equipa dos Jazz bem organizada e com um grande treinador (Quin Snyder), prometia-se uma série interessante. O primeiro jogo trouxe uma vitória para os Thunder, mas os três seguintes trouxeram três derrotas. O Big 3 da equipa de Oklahoma vive muito das jogadas individuais e acaba por tornar o seu ataque redundante e previsível. A defesa de Utah parece ter encaixado bem nessa ofensiva e controlou os três últimos jogos.
Isso e o facto de, no outro lado, morar um dos rookies do momento: Donovan Mitchell. O base é um marcador de enorme qualidade. Nos quatro jogos desta série tem melhor média de pontos marcados do que na fase regular (27.5 PPG contra 20.5 na fase regular), feito conquistado com menos seis lançamentos por jogo. Isto enquanto era marcado, por vários minutos, por Paul George, um dos melhores defensores da liga. A pressão de estar nos playoffs (Mitchell admitiu que chegou a vomitar durante o primeiro jogo) está a trazer o melhor do rookie. Boas decisões, bons lançamentos e boa defesa. Tudo isto contra um Big 3 carregado de experiência.
Também no Este há um rookie a fazer furor nos playoffs. O outro candidato a rookie do ano (e provável vencedor) é Ben Simmons. O base dos 76ers foi incrível durante toda a temporada, mas está a superar-se nos playoffs. Philly defronta uma equipa de Miami veterana e boa defensivamente. Simmons, na ausência de Embiid nos primeiros dois jogos, liderou a equipa e Philadelphia fechou a série em 4-1 liderada por um rookie. O mais impressionante é Simmons terminar a primeira ronda com uma média de quase triplo-duplo (18.2 PPG, 10.6 RPG e 9.0 APG) e a liderar a equipa nas três principais categorias estatísticas.
Mitchell e Simmons são dois exemplos brutais de jogadores mais que preparados para a NBA. São rookies que, desde já, dominam a liga e prometem dominar durante muitos anos. Duas das surpresas que animaram, e animam, esta primeira ronda dos playoffs da NBA.
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