Bola ao Ar e o regresso de Ja Morant: "É um dos tipos únicos da NBA"

Este artigo tem mais de um ano
No segundo episódio da semana do Bola ao Ar, podcast sobre NBA, João Dinis e Lucas Niven conversam sobre o primeiro duplo-duplo de Neemias Queta e o regresso de Ja Morant à competição.
Bola ao Ar e o regresso de Ja Morant:

Um regresso arrogante, mas que trouxe vitória

Jamel "Ja" Morant, de 23 anos, estrela dos Memphis Grizzlies, falhou os últimos 25 jogos da sua equipa. O motivo? Exibiu uma arma de fogo num vídeo publicado em maio nas redes sociais — um "comportamento irresponsável", na ótica do Comissário Adam Silver, o líder da NBA, que avançou com a suspensão. Porém, não foi a primeira vez. Nem que foi suspenso nem que exibiu uma arma. Antes já tinha falhado oito jogos por motivos semelhantes.

Mas na última madrugada, passado o castigo, o norte-americano voltou aos pavilhões da melhor liga de basquetebol do mundo e foi fundamental na visita dos Grizzlies aos Pelicans, em Nova Orleães. E o regresso não podia ter sido mais "à filme": a equipa de Memphis esteve a perder por 24 pontos de diferença, mas Ja Morant liderou os seus companheiros com 34 pontos, 6 ressaltos e 8 assistências — e foi o autor de um espetacular buzzer beater, ou cesto em cima da buzina, que deu a vitória (115-113) aos Grizzlies.

Sobre a personalidade e o motivo que afastou o talentoso jogador da competição, João Dinis acha que Ja Morant já assumiu de vez "a persona de vilão" pelo que o facto de não mostrar arrependimento, ou até revelar uma certa arrogância perante os jornalistas nas conferências de imprensa, não o surpreende. Lucas Niven concorda e lembra que Ja pode sentir-se "empoderado" por existir "muito, muito boa gente" a considerar que o jogador não fez nada de errado na primeira instância.

Quanto ao talento e à sua arte no jogo jogado, com a bola nas mãos, esse é inegável. "É um dos tipos mais únicos da NBA. Não é o meu estilo de jogador favorito, porque a defesa para mim é um bocado mais importante, mas a nível de atleticismo, finalização à volta do cesto, improvisação, tratamento com a bola [é único]", diz Lucas Niven, completando o raciocínio dizendo que "aquilo que ele fez no buzzer beater não vem nos livros, é zero ortodoxo, é 100% improvisado, é ao fim de oito meses de ausência estar à frente de um dos melhores defensores do planeta Terra e dar a vitória à equipa. E isso não há muita gente que consiga fazer".

O primeiro duplo-duplo de Neemias

Neemias Queta dominou as atenções do Bola ao Ar no episódio anterior, mas o seu primeiro duplo-duplo (atingiu os dois dígitos em duas categorias estatísticas) da carreira não podia deixar de ser mencionado. Na última madrugada, o português fez dez pontos, dez ressaltos e uma assistência na derrota (132-126) dos Celtics diante os Warriors de Steph Curry. Números interessantes que somou aos muitos minutos acumulados ao longo da semana — e que mereceram uma reflexão.

"É um jogador com qualidades e com defeitos, mas que tem claramente lugar na NBA. Não é um jogador de um contrato two-way. Seja para cobrir lesões, não seja para cobrir lesões, os Celtics veem-no como um jogador de rotação — de banco, tudo bem, mas que pode contribuir com minutos. Não sabemos ainda quanto é que a sua subida de desenvolvimento tem para subir, mas já temos alguém aqui com 10/15 minutos para dar, ainda que saído do banco", analisa Lucas Niven.

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