No verão deste ano, a saída de Neymar Jr. de Camp Nou fez cair o ‘N’ de um dos tridentes ofensivos mais entusiasmantes da década: La MSN (Messi, Suárez e Neymar). Por outro lado, com a transferência para o Paris Saint-Germain, o brasileiro deu início a um dos ataques que pode vir a ser um dos mais mortíferos do futebol: Cavani, Neymar e Mbappé.
Quase que não é preciso explicar o porquê mas, ainda assim, relembramos: Cavani soma 105 golos ao serviço do clube parisiense nas últimas três temporadas; Mbappé, com 16 golos na temporada passada, no Monaco, surgiu como uma das maiores promessas jovens do mundo; e, por fim, Neymar, o rosto de um nova geração de talentos brasileiros, e que em quatro épocas ao serviço do Barcelona fez 105 golos e 80 assistências.
As estatísticas são impressionantes. Assim como os valores das transferências que formam este tridente atacante. Juntos, Neymar (222 milhões de euros), Mbappé (125 milhões de euros) e Cavani (64,5 milhões de euros) perfazem um investimento de 411.5 ME.
O valor investido parece estar a dar resultados: o Paris Saint-Germain é líder isolado do campeonato francês, Cavani é o melhor marcador da liga e primeiro na tabela da conquista à Bota de Ouro.
Adicionalmente, Neymar soma já 8 golos marcados no campeonato, aos quais se juntam os 4 de Kylian Mbappé.
Mas este não é o melhor trio ofensivo da Ligue 1. Esse mora no segundo lugar da tabela classificativa, em Lyon, e tem um orçamento muito, muito inferior.
Fekir (11 golos), Depay (8 golos) e Mariano (10 golos) somam 29 golos marcados ao serviço do Lyon, emblema que, com menos nove pontos que o PSG, ocupa o segundo lugar do campeonato francês.
Mais impressionante que a soma de golos destes três avançados é olhar para quanto custaram cada um deles aos cofres do clube francês. Nabil Fekir, capitão de equipa dos les gones, é um produto da formação do clube; Memphis Depay, um jogador reaproveitado após ter falhado o sucesso no Manchester United, chegou ao clube francês a troco de 16 milhões de euros; e por último Mariano Díaz, o avançado da República Dominicana chegou proveniente do Real Madrid por uma verba de 8 milhões de euros.
Todos juntos perfazem um investimento de 24 milhões de euros. Nada mais, nada menos, que 387,5 milhões de euros inferior ao valor investido no trio ofensivo da equipa rival de Paris.
Vencedor de 7 campeonatos franceses na sua história (curiosamente, todos conseguidos de forma consecutiva, de 2001/2002 a 2007/2008), o Lyon tem procurado voltar a aproximar-se topo do futebol gaulês através de uma fórmula que, no passado lhe trouxe sucesso: um médio criativo goleador de dois avançados móveis e letais em frente à baliza.
Se hoje a batuta do ataque francês cabe a Fekir, durante o período de glória do clube francês o maestro era Juninho Pernambucano, um dos mais mortíferos marcadores de livres diretos da história do futebol (100 golos em 343 jogos pelo Lyon). E no que toca a avançados móveis e letais em frente à baliza, é possível dizer que o conjunto gaulês tem sido pródigo - quer a formar, quer a contratar - jogadores com este perfil. Nomes como Sonny Anderson (147 jogos e 88 golos), Sidney Govou (384 jogos e 67 golos), Péguy Luyindula (126 jogos e 47 golos), Sylvain Wiltord (114 jogos e 32 golos), Fred (122 jogos e 42 golos) ou Karim Benzema (148 jogos e 66 golos) fizeram, em algum momento, parte da frente de ataque de um Lyon que dominava o futebol francês.
Resta saber se Fekir, Depay e Díaz têm o que é preciso para, tal como o Monaco de Leonardo Jardim no ano passado, contrariar o favoritismo dos milionários parisienses que, para além do trio Neymar-Cavani-Mbappé, ainda se dão ao luxo de ter no banco nomes como Di Maria, Draxler, Lucas Moura, entre outros.
*Os valores indicados nas transferências de cada jogador foram indicados com base em informação disponibilizada pelo Transfermarkt.
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