Apresentado oficialmente na tribuna presidencial do Estádio Nacional, em Oeiras, o técnico neozelandês reconheceu estar perante “uma oportunidade incrível” e assumiu o “desafio” de “continuar a melhorar” uma equipa que “entusiasmou toda a gente” no último Mundial para que isso “não seja uma situação esporádica”.
“Claro que o grande objetivo é participar no Mundial2027, mas não apenas participar. Temos de o fazer com um muito bom rendimento. Com o novo formato do Mundial, Portugal tem de estar lá não só para participar, mas para competir”, definiu o técnico neozelandês.
Nesse sentido, elogiou o trabalho da equipa técnica anterior, liderada pelo francês Patrice Lagisquet, “cujos resultados, exibições e estilo de jogo falam por si”, confirmou que essa é uma visão do râguebi que lhe agrada e vincou que pretende “continuar a desenvolver um estilo de râguebi que encaixe nos jogadores” portugueses”.
“São capazes de praticar um râguebi entusiasmante, a jogar a bola e o espaço. E essa sempre foi a minha filosofia em todas as equipas que treinei. Não gosto de correr contra uma parede e, por isso, não peço aos meus jogadores que o façam. Quero a bola a circular e que tenhamos as capacidades físicas e técnicas para o fazer”, apontou.
Para isso, os jogadores têm de “ser rápidos, fortes e estar prontos” para trabalhar com “profissionalismo”, uma palavra que definiu como “uma atitude, mais do que dinheiro”, e recordou mesmo o período em que chegou a jogar pela seleção da Nova Zelândia, “antes de 1996, quando os All Blacks estavam no auge e nenhum jogador ganhava um cêntimo”.
“O significado de representar uma seleção nacional é mais profundo. O que espero do jogador português é que venha jogar por algo mais importante. Independentemente de ser pago ou não, o que eu espero é que a sua atitude seja merecedora de representar a seleção nacional”, atirou, quando questionado quanto à sua visão sobre a importância de profissionalizar a equipa.
Atualmente ao ‘leme’ do Biarritz, da Pro D2 francesa, o treinador, de 52 anos, assumiu um compromisso para os próximos quatro anos com a seleção portuguesa e vai “dividir o tempo entre Portugal e França”, para compreender “a realidade do râguebi em Portugal” e “manter o relacionamento” com os clubes franceses, onde jogam uma parte importante dos jogadores da seleção portuguesa.
A importância desse relacionamento com os clubes franceses foi assumida pelo presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, que vincou ter optado por “uma pessoa com um passado e um perfil exatamente como pretendia”.
“Tem um tipo de jogo de que gostamos, tem experiência no râguebi francês, onde ainda é treinador num clube de renome, portanto temos todas as condições e confiamos em absoluto no Simon [Mannix], que foi ‘All Black’ muito novo e é uma pessoa com muita ambição, tal e qual nós também temos”, resumiu Carlos Amado da Silva.
Quanto à equipa que o vai acompanhar, o líder federativo explicou que está “em vias” de escolher “um treinador de avançados” para “dar por encerrado” o processo, mantendo “todo o staff anterior”, incluindo “João Mirra como ‘número dois'”, um técnico que “tem sido e vai continuar a ser preponderante no desenvolvimento do râguebi nacional”.
Mannix ocupa o cargo de selecionador de Portugal depois de os ‘lobos’ terem sido dirigidos, durante o Rugby Europe Championship 2024 (REC24), por um ‘tridente’ de consultores da World Rugby liderado pelo argentino Daniel Hourcade.
O neozelandês sucede no posto aos franceses Patrice Lagisquet, que qualificou a seleção para o último Mundial e orientou a equipa no França2023, e a Sébastien Bertrank, apresentado logo após a competição, mas que saiu após cerca de um mês.
Comentários