Os três atletas olímpicos bracarenses foram hoje recebidos na Câmara Municipal de Braga, onde receberam um apoio financeiro instituído pela autarquia e o medalha de prata em Londres2012 mostrou muita ambição.
“Levanto-me, alimento-me e descanso a pensar numa medalha, toda a minha família me apoia nesse sentido, só penso ir para Tóquio para conseguir uma medalha. Se sonho alto é porque trabalho alto, é só assim que consigo estar. Podem pensar que sou maluco, mas com os resultados que tenho, ainda recentemente alcancei o sexto lugar nos Campeonatos do Mundo, a 16 milésimos do bronze, só posso pensar nisso [medalha]”, disse.
O canoísta de 35 anos, que vai participar em K4 500 nos seus quintos Jogos Olímpicos, frisou que as expectativas com que parte para Tóquio “são muito idênticas” às das primeiras olimpíadas, em Atenas2004 (sétimo lugar), tendo recordado ainda as participações em Pequim2008 (10.º), Londres2012 (medalha de prata) e Rio de Janeiro2016 (quarto).
“Temos que assumir que somos candidatos, não há que ter medo, nem eu nem o resto da equipa temos problemas com isso, mostra o nosso foco, convicção e muita resiliência. Se eu hoje estou aqui a esta hora é porque às 08:30 estava no rio para treinar ao mais alto nível”, disse.
A nadadora Tamila Holub vai para a segunda participação e assume que as “expectativas são claramente mais elevadas” que no Rio de Janeiro2016.
“O objetivo já não é só participar, já é lutar por uma final, o que no caso da natação é muito complicado. O melhor lugar [de nadadores portugueses] foi um sétimo do Alexandre Yokochi [Los Angeles1984], recentemente o Aléxis Santos teve um 12.º lugar [Rio de Janeiro2016], e eu vou lutar por estar ao nível desses melhores atletas”, disse.
Para a atleta portuguesa, de ascendência ucraniana, do Sporting de Braga, “a natação em Portugal tem evoluído muito” e quer “aproveitar estes Jogos Olímpicos para demonstrar isso”.
“Melhorar o sétimo lugar de Yokochi? Será muito difícil, lutar por uma final já será muito complicado. O nível da natação tem estado sempre a aumentar e é complicado para nós, atletas portugueses, apanhar esse nível”, disse.
A atleta de 22 anos, que vai nadar os 800 e 1500 metros livres, revelou ainda que a pandemia de covid-19 “afetou” a sua preparação, sobretudo fisicamente.
“O psicológico manteve-se forte, percebi que era impossível mudar, os Jogos iam ser adiados e tive que aceitar isso e continuar a trabalhar. A nível físico foi muito exigente, já tivemos quatro estágios em altitude nos últimos cinco meses, três na Serra Nevada, Espanha, e voltámos hoje de Font Romeu, França. O corpo está pronto e já tenho aquele entusiasmo e vontade de competir”, disse.
Já o objetivo do estreante José Paulo Lopes, de 20 anos, passa por “desfrutar ao máximo daquela experiência nova, da maior competição do mundo”, e tentar novos recordes pessoais.
O também nadador do Sporting de Braga, que vai participar nos 800 metros livres, tendo ainda a expectativa de também nadar os 400 metros estilos, lembrou a “luta muito difícil” pela qualificação olímpica, considerando que a pandemia e o respetivo adiamento dos Jogos Olímpicos acabou por ser positivo porque lhe permitiu alcançar esses mínimos.
A Câmara Municipal de Braga instituiu um prémio de apoio aos atletas olímpicos bracarenses (para quem vive há mais de cinco anos no concelho) com três escalões: de participação, no valor de três mil euros, se atingir a final (cinco mil euros) e de medalhado (10 mil euros).
O presidente da autarquia, Ricardo Rio, disse ainda ter a expectativa de ver aumentado o contingente bracarense nos Jogos Olímpicos de Tóqui2020, nomeadamente através de atletas do andebol que possam ser convocados e nos atletas paralímpicos, em que José Carlos Macedo está garantido.
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