“Sempre, sempre. Eu digo, em qualquer campeonato, que vou para ganhar e, se não ganhar, é apenas porque não correu da minha maneira. Mas eu, seja os Olímpicos, seja o que for, vou sempre com o número um na cabeça”, assumiu.
Em entrevista à agência Lusa na praia de Santa Cruz, no concelho de Torres Vedras, a algarvia aponta como objetivo mínimo uma medalha, considerando que esta é uma pressão que ela coloca em si própria.
“Eu acho que eu, com a equipa, o meu treinador, a minha mãe, os meus amigos todos à minha volta, acreditamos tanto na minha possibilidade, então estamos sempre a puxar para a frente, e eu acho que é uma maneira muito boa de ver os campeonatos”, disse.
Na primeira ronda da prova feminina de surf, Yolanda Hopkins, de 26 anos, vai encontrar a norte-americana Caroline Marks, campeã do mundo, e a sul-africana Sarah Baum.
“Claro que não [vai ser fácil], mas, sendo os Olímpicos, nunca ia ser fácil, e eu acho que se queremos a medalha de ouro, temos que ganhar a todos. Não interessa quem seja”, notou.
A poucos dias de partir para os seus segundos Jogos Olímpicos, a quinta classificada em Tóquio2020 diz que está “um bocadinho mais ansiosa”, porque sabe “o tipo de onda” que vai surfar em Teahupo’o, no Tahiti.
“Antes de Tóquio não tinha noção exatamente do que é que eram os Olímpicos, porque era a primeira vez que o surf ia fazer parte dos Olímpicos. Então, não tinha bem a noção de como é que ia ser. E agora que eu entrei em Paris2024, já sei qual é a experiência e estou só entusiasmada, não estou nervosa nem nada, eu confio nas minhas habilidades e eu apenas as quero ir mostrar”, afiançou.
Tal como em Tóquio2020, vai ter a companhia da compatriota Teresa Bonvalot, o que para a algarvia “dá uma confiança extra”.
“Eu e a Teresa já nos damos muito bem, já há muito tempo e já experienciámos tantas coisas juntas, que ter a possibilidade de fazer estes Jogos juntas outra vez, acho que dá confiança e empurra-nos um bocadinho para fora de zona de conforto de cada uma, porque eu vou estar lá no canal a gritar para ela ir na onda e ela vai estar no canal a gritar para eu ir na onda”, antecipou.
Yolanda Hopkins acredita que pode vir a entrar no Championship Tour (CT), a principal divisão do surf mundial, mas lembra que, ao contrário de outros desportos, os surfistas não dependem apenas de si, pois estão “muito dependentes da natureza”.
Sobre a sua grande adversária e grande candidata a vencer a medalha de ouro, Yolanda Hopkins assumiu que será a norte-americana Carissa Moore, campeã olímpica em Tóquio2020, de quem sempre foi “grande fã”.
“Eu sempre gostei muito do surf dela e, quando estava a crescer, visualizava o surf dela como o surf que eu queria fazer. Eu tive a possibilidade de competir contra ela em Peniche há dois anos, no CT, e acabei por vencer. Mas eu, mesmo ainda hoje em dia, acho que ela é a maior candidata, especialmente naquele tipo de ondas”, referiu.
Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto, com as provas de surf previstas de 27 a 31 de julho no Taiti, a quase 16.000 quilómetros de distância da capital francesa.
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