“Tudo isto tem uma génese, quer do jogador português, e o que representa no futebol mundial, quer também daquilo que é a capacidade, e porque não, originalidade, preparação, metodologia ou cultura do que é o treinador português”, defendeu Pedro Caixinhas.
O técnico do Bragantino acrescentou ainda que, do conhecimento que tem em diversos países, não encontrou “nenhum [treinador] que tenha tanta formação, tanta capacidade” como o português.
A título de exemplo, apontou o caso do futebol brasileiro no último ano em que, “em 20 equipas do Brasileirão, 10 tinham treinadores estrangeiros e, desses 10, sete eram portugueses”.
No seu entender, exemplificou, tem “muito a ver” coma forma como o técnico português “exerce o seu trabalho, que vai muito para além daquilo que são só os resultados”, destacando a “visão global, holística, de ligar tudo o que está na envolvência para melhorar” o trabalho.
Pedro Caixinha falava aos jornalistas à margem do Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), onde participou num painel com Abel Ferreira, Rui Vitória e Joel Rocha sobre “Modelação do treino em função do contexto competitivo”.
Sobre os jogadores brasileiros, em comparação com os portugueses, disse que “há uma grande diferença em termos de preparação” e que o jogador brasileiro tem uma qualidade “técnica e também física muito interessante”.
“Mas não tem o conhecimento do jogo e isso é um problema em termos de ferramentas que tem de utilizar no jogo propriamente dito, quando o jogo pede ou lhe apresenta um determinado tipo de problemas e ele não tem a solução para esse problema, que não seja só, por exemplo, ao nível técnico, e tenha de ter algo mais coletivo”, caracterizou.
No entanto, defendeu que o grupo que trabalha “é um mundo à parte dentro do próprio Brasil” e lembrou que o Bragantino é uma “empresa multinacional com as suas regras, caminho, visão, filosofia e a sua cultura muito marcada e clara” pela organização austríaca e alemã.
Há 12 anos fora de Portugal, Pedro Caixinha admitiu que, entretanto, “surgiram alguns contactos, mas na altura não era possível, pelo envolvimento nos projetos” em que se encontrava no momento.
“Sempre fui um fã incondicional daquilo que é o futebol do nosso país, da possibilidade de ter uma oportunidade no nosso país, mas aprendi também muito, ao longo destes anos, a viver o aqui e agora e a estar onde sou feliz e tenho uma felicidade muito grande de estar, neste momento, num grande projeto em que estou totalmente identificado”, assumiu.
O Fórum da ANTF termina hoje em Viseu, cidade europeia do Desporto em 2024, e conta com a presença de 1.200 treinadores de futebol e futsal, e “é o mais participativo de sempre”, disse à agência Lusa o presidente, José Pereira.
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