O capitão Rui Silva reafirmou hoje que Portugal chega ao último jogo da fase principal, na terça-feira frente aos Países Baixos, apenas a depender de si para concretizar esses objetivos e afirmou que está “preparado para lutar por isso”.

“Se antes do Europeu nos dissessem que íamos disputar o último jogo com a possibilidade de depender só de nós para atingir esse objetivo, acredito que tínhamos todos assinado por baixo e isso é uma grande vantagem para nós”, disse à agência Lusa o central.

Sem disfarçar algum cansaço pelo acumular de jogos, seis de dois em dois dias, ao mais alto nível, Rui Silva espera uma boa reação da seleção portuguesa após a derrota de domingo frente à campeã europeia Suécia (40-33), após dois triunfos na ‘main round’.

“[A seleção dos Países Baixos] neste momento não luta por nada, mas o facto de estar entre as 12 melhores da Europa também faz com que, mesmo com zero pontos, queiram mostrar o seu valor”, adiantou Rui Silva, de 30 anos, do FC Porto.

Ainda de acordo com o central português, a seleção neerlandesa, última do Grupo I, “pratica um andebol muito rápido, com um ritmo muito elevado” e “irá querer mostrar uma imagem diferente e que pode ganhar jogos contra equipas do top 12 europeu”.

O lateral Francisco Costa, de 18 anos, irmão do ‘artilheiro’ da seleção Martim Costa, que lidera a lista dos melhores marcadores do Euro2024, com 46 golos, também reconheceu algum cansaço físico, que é disfarçado pela vontade de vencer.

“Não somos de ferro, somos humanos. São muitos jogos, com muita carga. Jogos de alta intensidade com as melhores equipas da Europa, mas temos que aguentar. Ganha quem estiver melhor fisicamente”, disse o jovem jogador do Sporting.

Em relação à primeira derrota de Portugal na ‘main round’, no domingo, frente à campeã europeia Suécia (40-33), que ditou a eliminação das meias-finais, Francisco Costa admitiu que “foi dura, mesmo tendo em conta que era um adversário difícil de vencer”.

“O foco é vencer os Países Baixos e depois ir para Colónia [onde decorre a fase final] e lutar pelo quinto lugar e pela melhor classificação de sempre”, disse o lateral, referindo-se ao objetivo de melhorar o sexto posto alcançado em 2020.

O ponta Pedro Portela, de 34 anos, que regressou esta época ao Sporting, proveniente dos franceses do Nantes, e que esteve em evidência com os oito golos apontados à Noruega (37-32), reconheceu também algum cansaço, mas adiantou que a seleção “vai dar tudo”.

“Vai ser um jogo complicado, mas temos um passo para dar contra os Países Baixos, para chegarmos ao jogo de atribuição do quinto e sexto, para depois ter uma oportunidade de melhorar a nossa melhor classificação”, disse.

O jogador referiu que a seleção só tem que estar contente por ter estado na posição de lutar pelas meias-finais com a Suécia, mas que agora está focada no seu objetivo principal, que é a qualificação para os torneios pré-olímpicos.

“Vamos dar tudo. Vamos entrar com a mesma ambição e motivação de todos os outros jogos. Estamos um pouco mais cansados, mas todas as seleções estão muito mais cansadas por jogar de dois em dois dias, mas acho que vamos estar preparados para ganhar aos Países Baixos”, afirmou.

Pedro Portela reconheceu que é uma posição confortável depender apenas de si e não do resultado das outras equipas para alcançar esse objetivo e destacou a campanha que a seleção tem feito e que a todos tem deixado orgulhosos.

“Temos que estar orgulhosos por depender só de nós para podermos ir ao jogo do quinto e sexto lugares. É muito tranquilo estar nesta posição. Agora vamos aproveitar e ganhar aos Países Baixos”, afirmou o experiente ponta.

Portugal, que marca presença pela oitava vez na fase final de um Europeu, terceira seguida, qualificou-se pela terceira vez para o ‘main round’ (2002, 2020 e 2024), sendo que o melhor resultado é o sexto posto alcançado há quatro anos.

Nas edições com 24 seleções presentes (2020, 2022 e 2024), Portugal marca presença pela segunda vez na ‘main round’ (2020 e 2024), ao que soma mais uma, em 2002, quando a competição era disputada por 16 seleções, tendo terminado em nono.

Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido anfitrião da edição inaugural, em 1994, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.