“Espero um Boavista competitivo, esclarecido, capaz de se adaptar às circunstâncias do jogo de uma forma extremamente equilibrada e que tenha jogadores com um sentido de missão muito grande. Foi dessa forma que trabalhámos durante a semana e é com esse registo que vamos encarar o encontro”, apontou o técnico, em conferência de imprensa.
O conjunto do Bessa regressou às derrotas na estreia do sucessor de Petit, ao perder no terreno do Gil Vicente (1-0), continuando sem vencer desde a goleada caseira frente ao lanterna-vermelha Desportivo de Chaves (4-1), em setembro de 2023, na quinta jornada.
“Houve algumas incidências que condicionaram o nosso jogo. Tivemos momentos muito positivos dentro do que estava planeado, mas houve aspetos menos positivos ou alguns momentos em que estivemos menos assertivos. Faz parte. A semana foi produtiva, num percurso que ainda se está a iniciar. A assimilação das ideias de jogo vai obrigar a que tenhamos de fazer correções permanentes nos próximos tempos. É inevitável”, admitiu.
Envolvido num ciclo de sete desaires e três empates na prova, o Boavista tenta também contrariar a tendência negativa no histórico recente de dérbis com o FC Porto, frente ao qual já não ganha desde 2006/07, mas descarta inspirar-se no surpreendente êxito com reviravolta logrado na receção ao campeão nacional Benfica (3-2), na jornada inaugural.
“Não pegamos nesses momentos como maneira de motivar a equipa para o trabalho. No entanto, os jogadores têm boa memória. Essas recordações virão naturalmente às suas cabeças e vão servir como forma de eliminar qualquer questão sobre a capacidade para conquistar pontos ou vitórias perante um ‘grande’. Se eles já foram capazes de o fazer [anteriormente], claramente são capazes de repetir, mas o contexto é diferente”, vincou.
Ricardo Paiva relativizou as ausências no rival portuense, que tem o médio Alan Varela suspenso e cedeu o defesa esquerdo Zaidu e o avançado Mehdi Taremi às seleções da Nigéria e do Irão para a Taça das Nações Africanas e a Taça Asiática, respetivamente.
“Uma equipa como o FC Porto reúne um plantel vasto e com soluções capazes de suprir qualquer ausência, mantendo a qualidade do seu jogo. Obviamente, futebolistas como o Taremi e o Zaidu têm características diferentes, que podem resultar em comportamentos ligeiramente diferentes em algumas situações. Agora, a competência, o impacto final e a regularidade da prestação não estão em causa pela ausência desses jogadores”, notou.
Os influentes Sebastián Pérez e Gaius Makouta regressam ao meio-campo do Boavista, após terem cumprido castigo frente ao Gil Vicente, num jogo em que o extremo Salvador Agra saiu lesionado com queixas musculares e juntou-se a César, Luís Pires, Júlio Dabó, Vincent Sasso e Luís Santos no boletim clínico, devendo estar de fora cerca de um mês.
Ausentes do dérbi ficam igualmente o defesa central Chidozie e o lateral esquerdo Bruno Onyemaechi, ambos convocados pela Nigéria, do treinador português José Peseiro, para a Taça das Nações Africanas, entre 13 de janeiro e 11 de fevereiro, na Costa do Marfim.
“Temos de ser criativos e de puxar pela cabeça para encontrar uma solução à altura, que seja competitiva. Vamos, seguramente, exibir uma linha defensiva identificada com o que pretendemos, em função de um opositor que nos criará diferentes problemas”, finalizou.
O Boavista, 13.º colocado, com 16 pontos, recebe o FC Porto, terceiro, com 34, a três do líder destacado Sporting, na sexta-feira, às 20:45, no Estádio do Bessa, no Porto, para a 16.ª ronda do campeonato, com arbitragem de Manuel Oliveira, da associação do Porto.
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