No dia 31 de março pelas 16h00 da tarde, Portugal entra em campo para começar a campanha pelo tricampeonato europeu. A competição organizada pela Rugby Europe e a Federação Portuguesa de Rugby vai decorrer em Coimbra entre 31 de março e 6 de abril e conta com a presença da Espanha, Holanda, Roménia, Rússia e… França Aquitânia. (Esta seleção "estranha" é formada por atletas que jogam entre a Fed1 e 3 de França — equivalente à 3ª e 5ª divisões nacionais — de uma das regiões mais ricas em termos de cultura rugbistica da Europa.)
A razão pela qual vai participar este composto de jogadores da Aquitânia quando existem outros países europeus certificados para tal? Porque Alemanha e Bélgica recusaram prontamente a participar alegando falta de orçamento para comparecer nesta edição do torneio em 2019. Os regulamentos da Rugby Europe não são suficientemente bem feitos para forçar que as federações europeias tenham de jogar estes torneios de formação — o que mostra um pormenor dos problemas internos da instituição. Mas voltando ao que interessa.
Como se vai processar este Campeonato da Europa de sub-20 com apenas 6 selecções? Será numa espécie de fase-de-grupos, mas com cada formação a jogar só três jogos cada. Portugal, os campeões em título, saíram algo prejudicados do “sorteio” da Rugby Europe com França Aquitânia, Holanda e Espanha a cruzarem-se no caminho dos Lobos. Já Espanha, os vice-campeões, têm um calendário mais acessível com jogos frente a Rússia e Roménia, duas selecções que deixaram de estar ao nível de outros tempos enfrentando sérios problemas de qualidade técnica e estratégica.
A seleção das Quinas participou nas duas últimas edições desta prova e em 2017 esteve praticamente com um “pé” no Mundial “A”, mas o Japão acabou por obter a vitória no final. Ou seja, em 2019 os grandes candidatos a essa vaga são Portugal e Espanha, com a Holanda a correr muito por fora.
Os encontros serão jogados respetivamente no domingo, quarta-feira e no sábado seguinte. Terão o seu início ao meio-dia até às sete da tarde, com acesso livre. Todavia, este Campeonato da Europa não se fica pela luta pelo 1º lugar e título de campeão, já que aquilo que aguça o interesse dos participantes é a possibilidade de se qualificarem para o Campeonato do Mundo “B” sub-20.
Apontamentos gerais explicados, é altura de conhecer os representantes portugueses para a edição de 2019 do Campeonato da Europa!
É uma seleção renovada mas com batuta de alguns nomes grandes do rugby Nacional de formação, como o caso dos "mouflons" José Roque e Manuel Nunes ou o "inglês" David Costa (formado no GD Direito e agora ao serviço da Bath University), para além de outros nomes.
Sem a possibilidade de convocar Rodrigo Marta ou Raffaele Storti (ambos estarão ao serviço da seleção de 7’s, incluídos na equipa de trabalho que marcará presença em Hong Kong em abril próximo), Luís Pissarra juntou os melhores nomes sub-20 do rugby nacional.
Ao contrário do que acontece na maioria das modalidades em Portugal, estes atletas têm vários minutos nas principais divisões séniores nacionais, apresentando bons índices de forma física que podem ser uma "chave" para derrotar a França Aquitânia e Espanha.
O lançamento precoce destes jovens tem ajudado no criar de mecanismos mais desenvolvidos, mais agressivos nas fases estáticas (a evolução em crescendo na formação-ordenada atingiu o topo, derrotando as Ilhas Fiji e Uruguai nesse sector em mundiais passados), mais competentes na gestão e transmissão da bola, mantendo os níveis de risco próprios das selecções jovens.
Mas quais são os atletas a reter? Alguns nomes poderão ser fundamentais para guiar as Quinas a boas exibições e o tão desejado tricampeonato. Eis cincos:
Manuel Nunes [foto] (RC Montemor): asa letal na placagem, rápido no turnover e sempre disponível para sacrificar-se em mais uma acção ofensiva ou defensiva, quase inesgotável no que toca ao trabalho físico. Depois de três anos em que surgiram nomes como João Fezas Vital, João Grante ou David Wallis, é o momento de Manuel Nunes se assumir como um dos líderes da avançada portuguesa;
José do Carmo (AEIS Agronomia): depois de um ano de interregno de um ano (esteve em Inglaterra a estudar) o centro/ponta voltou a Portugal e rapidamente recebeu a camisola 14 na Tapada. Placador de qualidade, é uma unidade rápida no ataque, sempre confiante na sua missão de não só ganhar metros mas para dar uma solução de apoio bem trabalhada;
Pedro Lucas (AEIS Técnico): um formação com um “vozeirão” de comando total (e que para a posição é fundamental) que se afirmou no 1º classificado da Divisão de Honra, assumindo bem o papel de ligação entre os avançados e ¾’s. É um 9 clássico que nunca desiste de trabalhar, mesmo que isso implique ir para o meio do ruck. Rápido, exigente e dinâmico;
Francisco Afra Rosa (GD Direito): outra revelação do Grupo Desportivo de Direito ascendeu à equipa sénior nesta temporada e não tem desapontado pela forma como tem jogado à ponta dos “advogados”. Ágil e dotado de um poder de drible de boa qualidade, Rosa pode ser um dos elementos mais versáteis destes 26 convocados;
Outros nomes serão referências como José Roque, Manuel Pinto (valoroso asa do CF “Os Belenenses”, categórico a defender), Manuel Maia, Tomás Lamboglia, entre outros e farão a diferença como colectivo no Europeu.
O Europeu começa já neste domingo dia 31 de março em Coimbra às 14h00 entre Holanda-Roménia, com Portugal a entrar em campo às 18h00, em Taveiro. Repete-se a mesma hora na 4ª feira dia 3 de abril e depois no sábado 5, sempre às 18h00.
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