Numa entrevista ao canal do clube, Rui Costa começou por falar do projeto desportivo, salientando a redução de ativos desde o início da temporada.
"A ideia foi continuar o projeto que iniciámos este ano, que era reduzir os encargos, com muitos jogadores. Começámos com 65 ativos e ficámos com 37. Há uma redução de 28 jogadores, seguindo as linhas do projeto, com menos quantidade e mais qualidade", começou por dizer Rui Costa, abordando depois as mais recentes saídas, no mês de janeiro.
"Destaco a saída de John Brooks, que chegou no último dia de mercado, em agosto, quando tínhamos de precaver uma situação de ter apenas Otamendi e António Silva, os restantes defesas centrais estavam magoados. Estou grato a ele, não teve a utilização que estava a contar, sobretudo porque o António agarrou o lugar. Passados dois meses e meio tínhamos seis centrais, daí a saída de John Brooks, quase sem utilização", disse, abordando depois as entradas de Schjelderup, Tengstedt e Gonçalo Guedes.
"Procurámos com a saída destes jogadores pagar pelo menos um dos futebolistas que fomos buscar, esse era o principal objetivo. Depois equacionámos para o plantel preencher lacunas e dentro desse trabalho considerámos que precisávamos de mais um extremo e outro para o centro da área. Schjelderup e Tengstedt são jogadores de presente e de futuro, Guedes não estava na equação, mas depois percebemos que podíamos entrar no negócio, que foi feito em dia e meio. O Gonçalo estava em conversações com outros clubes, mas desde que falou connosco não hesitou e quis voltar a casa", referiu o presidente do Benfica, que falou depois especificamente de Schjelderup, Tengstedt.
"O mercado nórdico foi um mercado que sempre resultou no Benfica. É um mercado que está com gerações extraordinárias, acreditamos que será uma mais valia para o Benfica. São dois jogadores mais jovens, que estão a fazer uma mini pré-temporada, estamos cada vez mais convencidos do que fizemos com eles os dois e os dados que temos deste mercado garantem-nos qualidade. Além de serem virtuosos, são jogadores de coletivo", disse.
"Fizemos com que ele não perdesse um euro"
Enzo Fernandez foi o tema mais comentado por Rui Costa nesta entrevista, confirmando que foi o internacional argentino que quis sair dos encarnados já neste mercado de janeiro.
"Tudo foi feito para que a venda não se efetuasse, estou de consciência tranquila, mas triste como qualquer benfiquista. Desde o primeiro dia que procurámos não perder este jogador, nomeadamente neste mercado. Tentámos de tudo para não fazer esta venda, mas desde o princípio que o Enzo mostrou vontade de não continuar no Benfica", começou por dizer, confirmando também que quis aumentar o jogador para este não sair.
"Tentámos de tudo, tentámos dizer-lhe que no final da época iriam aparecer muitos outros clubes. Mas compreendo a sua posição, que não poderia desaproveitar esta proposta, sobretudo do ponto de vista financeiro. Mas nunca conseguimos chegar a ele. O Enzo foi muito incisivo em querer sair do Benfica, tanto na primeira fase, quando chegou o Chelsea, e depois a dois dias e meio do final do mercado. Foi intransigente, nunca mostrou abertura para ficar no Benfica, trilhámos um caminho para ele ficar até final da época sem perder um tostão. Fiz proposta de comprarem já e ficar até ao verão, reduzindo o valor da venda, mas mesmo assim o jogador mostrou-se negativo a ficar no Benfica e foi aqui que tudo mudou, porque fizemos com que ele não perdesse um euro. Se mesmo assim não quis ficar, não estava a mostrar compromisso com o Benfica", assinalou, deixando também algumas críticas ao jogador.
"Como adepto não queria mais este jogador, não poderia entrar mais no balneário. Não é bater no peito quando interessa. Foi ali que tomei a decisão de vender. Perdemos um grande jogador mas não vou chorar por um jogador que não quer representar o Benfica. Não chorem por jogadores que não querem estar cá. Fui criado neste clube a indicarem-me a honrar a camisola, caso contrário onde fica a frase "só queremos jogadores que honrem a camisola"?", salientou.
Quanto a um possível substituto de Enzo Fernandez, que falhou neste mercado de janeiro, Rui Costa explicou as razões. "Todos os alvos que tínhamos era muito difícil trazer. Não só os clubes não os libertavam, como um jogador que valia 10 ou 20 milhões passou a valer 50 ou o valor da cláusula", concluiu.
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