24 surfistas, 12 homens e 12 mulheres, entram em ação no MEO Portugal Cup of Surfing, segunda e última etapa desta competição regional de pré-temporada organizada pela Liga Mundial de Surf (WSL Countdown series), a realizar em Ribeira d’Ilhas, num período de espera que se pode estender até dia 2 de outubro.
No regresso das competições da elite mundial de surf a Portugal, embora não contabilizável para qualquer ranking, reúne surfistas do Circuito Mundial (CT), Circuito de Qualificação (QS) e apurados para os Jogos Olímpicos Tóquio 2021, entre os quais o atual campeão do mundo, Ítalo Ferreira, vencedor da anterior etapa europeia, French Rendez-Vous of Surfing, em Anglet, França, Kanoa Igarashi (nº6 do ranking mundial, a residir na Ericeira) e Johanne Defay, francesa nº 8 mundial, vencedor da 1ª etapa, em França.
O contingente português apresenta-se com 10 surfistas. Frederico Morais, Vasco Ribeiro, Teresa Bonvalot, campeã nacional, Carolina Mendes e Yolanda Hopkins, que estiveram a competir em Anglet, Afonso Antunes, 17 anos, líder da liga Meo surf, que recebeu um wildcard júnior (convite), Henrique Pyrrait, Francisca Veselko, Camilla Cardoso e Mafalda Lopes, 16 anos, surfista com idade de júnior e convidada nessa qualidade.
Campeão do mundo, Ítalo Ferreira à procura de casa na Ericeira
Na conferência de imprensa que decorreu em Ribeira d’Ilhas, Ítalo Ferreira, recordou a sua passagem pela Ericeira. “Fui vice-campeão mundial júnior aqui (na Ericeira). Na altura, perdi a final para o Vasco Ribeiro. Agora sou campeão do mundo”, disse, a rir.
Portugal, é, para o campeão mundial, um país de “boas memórias”. As duas etapas ganhas na praia de Supertubos, em Peniche, a última, no ano passado, facto que lhe permitiu conquistar o título no Havai, na etapa seguinte, são disso exemplo.
Mas Portugal é algo mais para o brasileiro. “Escolhi fazer a pré-temporada em fevereiro. E ando à procura de casa aqui”, revelou. “Estou à espera de que o presidente de câmara liberte um terreno”, sorriu.
“A competição é tudo”
Frederico Morais, o único surfista português a competir no Circuito Mundial (CT) assumiu as “saudades” da competição de alto nível. “É ótimo vestir a licra e voltar a ver as caras do circuito. Tinha saudades disto. De ter vontade de ganhar, das conferências de imprensa. Adoro surfar, mas a competição é tudo”, rematou.
Teresa Bonvalot, atual campeã nacional da Liga Meo, admitiu ter “tido a sorte de competir” na prova doméstica, mas estar “num evento num nível diferente, com mais surfistas da Europa, é especial. Competir é a nossa vida e num ano atípico temos essa possibilidade”, sublinhou.
“É um sonho competir contra atletas que olho desde pequeno”, confidenciou Afonso Antunes, surfista de 17 anos, que entra em Ribeira d’Ilhas após beneficiar de um convite da organização. “A prova serve para me preparar para a final a Liga Meo, em Cascais”, competição que lidera. “É um sonho que não acredito ser real”, frisou.
O MEO Euro Cup Surfing, deverá arrancar amanhã, a fazer fé nas previsões, na “sala de festas do surf nacional”, Ericeira, nas palavras de Francisco Spínola, responsável da WSL. “De terça a quinta-feira são os dias melhores para fazer a prova, tendo em conta as condições. Amanhã (terça-feira) vamos fazer uma ‘call’, logo vemos”, disse, revelando, que ao contrário de França (um dia de competição), a prova pode ser feita em dois dias. E que em cima da mesa está a realização em dois locais “em função da ondulação: Ericeira e Peniche”, explicou.
Os prémios da prova serão doados à fundação Oceano Azul, que tem por objetivo contribuir para a conservação e utilização sustentável dos oceanos.
Uma prancha feita de máscaras e de luvas para combater outra pandemia. A poluição nos oceanos
Uma prancha feita a partir do desperdício, nomeadamente, plásticos e cotonetes, foi um desafio que a MEO, patrocinadora da etapa do Circuito Mundial de surf que, desde 2009, passa por Portugal, lançou no ano passado e foi visível em Peniche, na praia de Supertubos.
Aproveitando a realização deste evento de preparação para a época 2021, decidiriam elevar a fasquia. “No ano passado, os surfistas testemunharam a falta de limpeza e a proliferação dos plásticos no mundo. Este ano, em colaboração com o Turismo de Portugal e a WSL, o conceito desenvolvido pela agência Partners ganha uma nova escala e dimensão internacional. As máscaras e luvas, instrumentos que servem para combater uma pandemia, a Covid-19, converteram-se numa pandemia dos mares”, referiu, ao SAPO24, João Epifânio, administrador da Altice/MEO.
“O apelo é consciencializar o mundo de que combater a pandemia passa por ter comportamentos sustentáveis, por entregar as máscaras nos locais de recolha de resíduos e não as ver a esvoaçar nas ruas, passeios, campo e praias”, finalizou.
MEO PORTUGAL CUP OF SURFING: BATERIA 1 Masculina:
Heat 1: Jadson Andre (BRA), Leonardo Fioravanti (ITA), Ramzi Boukhiam (MAR)
Heat 2: Ítalo Ferreira (BRA), Vasco Ribeiro (PT), Henrique Pyrrait (PT)
Heat 3: Kanoa Igarashi (JP), Maxime Huscenot (FRA), Afonso Antunes (PT)
Heat 4: Frederico Morais (PT), Gatien Delahaye (FRA), Aritz Aranburu (ESP)
MEO PORTUGAL CUP OF SURFING: BATERIA 1 Feminina
Heat 1: Rachel Presti (ALE), Anat Lelior (ISR), Ariane Ochoa (ESP)
Heat 2: Johanne Defay (FRA), Carolina Mendes (PT), Camilla Cardoso (PT)
Heat 3: Pauline Ado (FRA), Yolanda Hopkins (PT), Mafalda Lopes (PT)
Heat 4: Teresa Bonvalot (PT), Nadia Erostarbe (ESP), Francisca Veselko (PT)
Comentários