De acordo com o sítio oficial da Unidade de Integridade do Atletismo (UIA) na Internet, o atleta, de 29 anos, acusou em 21 de dezembro de 2022 o consumo de norandrosterona, que consta da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).
“Ele deu positivo [num controlo antidoping], mas recorreu e até hoje, um ano depois, não sabemos mais nada. Por isso, [o título] ainda está em suspenso”, notou Jorge Teixeira, falando à margem da apresentação da 19.ª edição da tradicionalmente mais participada maratona portuguesa, que decorreu hoje no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto.
James Mwangui foi sinalizado pela segunda vez pela UIA, após já ter acusado o uso ou presença de testosterona, acabando por ser suspenso entre março de 2017 e março de 2021, sem que os seus resultados tivessem sido considerados ao longo desse período.
O queniano retirou 11 segundos à marca registada pelo compatriota Zablon Chumba em 2021 para renovar o recorde da maratona do Porto, ficando à frente dos etíopes Abraraw Misganaw Tegegne (2:10.29), Haymanot Alew (2:11.10) e Dadi Yami Gemeda (2:11.27).
“[O prémio] Só será pago depois da decisão final da World Athetics. É uma pena que isto aconteça um ano depois, mas o dinheiro está disponível. Nós já pagámos a toda a gente, tirando esse prémio. Naturalmente, vamos ter de ajustar as classificações e todos têm de subir um lugar, mas, neste momento, ainda não temos qualquer informação”, observou o dirigente da Runporto, organização que atribui 5.000 euros pelas vitórias na classificação geral masculina e feminina, com a renovação do recorde absoluto a render 3.000 euros.
Jorge Teixeira revelou ainda que Vanessa Carvalho herdou o triunfo feminino, volvida a desclassificação da queniana Alice Jepkemboi Kimutai, que tinha acusado o consumo de testosterona em setembro de 2022, quase dois meses antes da passagem por Portugal.
“A verdadeira vencedora passou a ser Vanessa Carvalho. Fizemos uma homenagem na sua terra natal, em Famalicão, aquando da apresentação da meia maratona local. A Alice Kimutai foi castigada. Isto só demonstra que a maratona do Porto pesa e quer a verdade desportiva. Ela foi controlada aqui e estava limpa, mas já tinha dado positivo dois meses antes da data. A World Athetics informou-nos que tínhamos de a desclassificar”, contou.
Alice Jepkemboi Kimutai precisou de 2:29.58 horas para completar o percurso de 42,195 quilómetros, que se dispersou entre Porto e Matosinhos, seguida de Vanessa Carvalho (2:35.24), da queniana Lydia Njeri Mathathi (2:36.38) e da lituana Lina Kiriliuk (2:40.53).
Perante a suspensão da corredora africana por três anos, com efeitos a partir de 16 de novembro de 2022, a atleta do Sporting de Braga tornou-se a primeira lusa a dominar a vertente feminina da maratona do Porto desde 2007 e sucedeu à etíope Kidsan Alema.
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