Abel Ruiz foi alvo de críticas por ter desperdiçado uma ocasião flagrante perto do fim diante do Vitória de Guimarães (1-1), no sábado, que seria o segundo dos bracarenses e ‘mataria’ a partida, e o treinador saiu em defesa do avançado espanhol, que tem apenas dois golos marcados esta época (um no campeonato e outro na fase de qualificação da ‘Champions’).
“Temos um problema [no futebol] que tem a ver com a memória curta e a sanidade mental de todos nós. Não podemos estar a cobrar e a exigir do Abel [Ruiz], que foi a pessoa que mais triste ficou, sabemos que são momentos que fazem a diferença entre ganhar e não ganhar, mas temos que lembrar quando o Abel foi importante para nós, este ano, no ano anterior e nos anos em que não era treinador da equipa. Não podemos fazer um julgamento por um lance, o que acontece muito no futebol e, muitas vezes, as coisas fogem de mão”, disse na conferência de imprensa de antevisão deslocação ao reduto do Benfica, quarta-feira, dos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol.
Para Artur Jorge “não vale tudo”, pois está-se “a falar de homens, chefes de família que dão o seu melhor e trabalham em prol da equipa”.
“A minha confiança no Abel é de 100 por cento, 200 por cento, se quiserem, e já era com o Banza aqui. Sei do que ele é capaz e da qualidade que tem e não reduzo o bom jogo que fez a uma perdida, que sabemos que tinha acabado com o jogo”, disse.
O treinador considera haver um problema de sanidade mental dos jogadores de futebol.
“Fala-se pouco disto, há pouca abertura para isso, mas cada vez mais veem-se casos destes e não tenho dúvidas que existe, que é a sanidade mental dos jogadores. Não falamos sobre isso e escondemos a cabeça na areia para podermos seguir em frente. Vivemos num mundo do faroeste, mas as armas estão atrás do computador, nas redes sociais, e isso preocupa-me imenso. Tenho um trabalho tremendo com os meus jogadores, muitas vezes individualizado, e eu sinto esse desconforto deles. A sanidade mental dos jogadores tem impacto na sua performance e no seu rendimento”, disse.
Para o técnico, importa ter “corpo são e mente sã para tirar o máximo dos jogadores e por vezes que isso não é possível pela forma como são bombardeados, julgados e criticados”.
“Essa não é a melhor forma de acarinhar quem é dos nossos”, notou.
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