A liderar a UAE Team Emirates estará Rui Costa, que aos 30 anos se estreia no Giro depois de correr desde 2009 a Volta a França, na qual conquistou três etapas e terminou em 18.º em 2012.
“Normalmente opto sempre pelo Tour, mas este ano veio-me à cabeça que gostava de fazer o Giro. É uma corrida totalmente diferente do que estou habituado. É uma prova muito aberta, e para aquilo que eu pretendo acaba por ser muito melhor”, contou à Lusa o poveiro, campeão do mundo em 2013.
O português tem tido um bom arranque de temporada, com a vitória na geral da Volta a Abu Dhabi e o segundo lugar na Volta a Omã, ainda que nas clássicas Amstel Gold Race (38.º) e La Fléche Wallonne (31.º) tenha baixado de rendimento.
“As sensações não foram brilhantes como outros anos, vinha com pouco ritmo competitivo, mas sinto-me um pouco melhor. O importante é o dia-a-dia, ir encontrando boas sensações e ir melhorando”, comentou Rui Costa, que espera uma reta final da prova “muito complicada” e três dias na Sardenha onde “irá fazer certamente muito vento” para complicar a vida aos corredores.
Com a equipa dos Emirados Árabes Unidos à procura de vitórias em etapa, Costa vai procurar aproveitar as “oportunidades” que surgirem, ainda que fosse “ótimo fazer uma boa classificação geral”.
“Há etapas que são ideais para as minhas características, mas não se sabe como nos encontramos nesse dia, é sempre complicado”, resumiu.
Rui Costa, que pretende participar também noutra grande Volta este ano, preferindo a corrida francesa à espanhola, aproveitou ainda para lembrar Michele Scarponi, vencedor da prova em 2011 que morreu durante um treino a 22 de abril, um “excelente corredor e ainda melhor pessoa”, com personalidade “extrovertida, de fazer rir a sério”.
“Conhecia-o bem. Às vezes, durante as provas, ele dizia-me ‘Rui, hoje vais bem, estás bem’, e eu só pensava em como é que ele sabia isso”, contou.
Na Bora Hansgrohe, José Mendes ‘enverga’ nesta corrida a camisola de campeão português de estrada, que lhe dá, admitiu à Lusa, “mais visibilidade” e uma responsabilidade “importante por levá-la a uma prova tão grande”.
“A experiência permite-me encarar o ‘Giro’ com mais tranquilidade, a única coisa que sinto é um grande orgulho em estar presente na edição 100”, contou o corredor de 32 anos, que tem a “possibilidade de tentar uma ou outra fuga”, uma vez que a lesão de Leopold Koenig, que iria liderar a equipa, deu à formação alemã “mais liberdade e encare a prova de forma diferente”.
Como Rui Costa, que encontra “sempre portugueses em todas as provas”, também Mendes destacou o “apoio muito importante” e o “orgulho” nos ciclistas nacionais “a correr lá fora que recebem uma força extra”.
José Gonçalves, da Katusha-Alpecin, terá como responsabilidade “trabalhar para Ilnur Zakarin, o chefe-de-fila”, afirmou à Lusa, o que deixa poucas hipóteses para integrar fugas, tendo como primeiro objetivo “terminar a prova”, ainda que o campeão nacional de contrarrelógio em 2012 possa tentar um bom resultado nas etapas dessa especialidade.
“É um honra, para um corredor, estar no ‘Giro’, e com o centenário ainda mais”, comentou o atleta de 28 anos, que revelou ainda que “em princípio” também estará presente na Volta a Espanha, que em 2015 terminou no 34.º posto.
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