Foi um mercado frenético. Os rumores, ainda antes do dia 1 agosto, dia em que o mercado abriu oficialmente, prometiam uma janela de transferências que iria bater recordes. E assim foi. Neymar deixou o Barcelona pelo Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros (ME). Os catalães reforçaram-se com Dembélé, do Borussia Dortmund, por 105 ME. Lukaku e Morata entraram diretamente para o top-10 das transferências mais caras de sempre. Por cá, Ederson, Lindelof, Nélson Semedo e André Silva foram os nomes que agitaram o mercado europeu.
Embalado por todos estes zeros, esperava-se um dia de fecho do mercado agitado e com várias ‘novelas’ à espera de fim, casas para arrumar e algumas contratações cirúrgicas de última hora por fazer. E assim foi (mais ou menos). Entre muitos rumores, propostas e sondagens, os negócios lá foram arrancando aos poucos num dia que fica marcado pelo negócio de Mbappé que trocou o AS Mónaco pelo PSG numa transferência que ainda carece de número oficiais, mas que, ao que tudo indica, pode chegar aos 180 milhões de euros com um contrato até 2022 (primeiro ano é por empréstimo, com opção de compra).
Cá dentro? Benfica e Sporting arrumaram a casa. FC Porto ficou “quietinho”
Na liga portuguesa havia alguns dossiers por resolver. William Carvalho e Adrien Silva no Sporting CP, Douglas e Gabriel Barbosa no SL Benfica. William não saiu, mas Adrien permanece uma incógnita após o Leicester ter pedido uma autorização especial à Premier League para negociar o jogador durante mais algumas horas. Já os segundos foram confirmados como reforços do clube da Luz.
O Sporting CP evitou as saídas e aproveitou para arrumar a casa, ultimando as vendas de Marvin Zeegelaar - para o Watford de Marco Silva - e Schelotto - para o recém-promovido (à Premier League) Brighton. Adicionalmente, no final da noite, os leões confirmaram também a rescisão amigável com o guarda-redes Azbe Jug.
No Benfica, para além das duas contratações, foram oficializadas as saídas de Mitroglou, vendido ao Marselha por um valor na ordem dos 15 milhões de euros, e Aurélio Buta, que saiu por empréstimo para o Antuérpia.
O FC Porto, impávido e sereno, manteve-se neste dia como no restante mercado: “quietinho” no seu lugar. Os dragões não venderam e ainda resolveram alguns casos pendentes no plantel: Rui Pedro foi emprestado ao Boavista, João Carlos Teixeira foi cedido ao Sporting de Braga e Gudiño foi emprestado ao Apoel.
Mas os grandes não foram protagonistas sozinhos
O Sporting de Braga foi um dos que mais se mexeu. Contratou Muric ao Ajax, Erick ao Náutico, recebeu João Carlos Teixeira do FC Porto, por empréstimo, e ainda concretizou o maior negócio da história do clube com a venda de Pedro Neto e de Bruno Jordão à Lazio por uma verba de 26 milhões de euros. (Para além de ontem ter confirmado o empréstimo de André Horta.)
Ainda cá dentro, há a assinalar o regresso de David Simão a Portugal — para representar o Boavista —, vindo do CSKA de Sofia, da Bulgária. Este foi um dos quatro nomes hoje garantidos pelos axadrezados para além de Rui Pedro, Diogo Nunes e Flávio da Silva.
No norte assistimos ainda à chegada de Djavan ao Desportivo de Chaves e à saída de Josué Sá do Vitória de Guimarães para o Anderlecht por 2 milhões de euros.
Lá fora? Rumores, rumores, rumores. E milhões, milhões, milhões
No início do dia o mercado de transferência internacional foi tomado de assalto por vários rumores que acabaram por não se concretizar, mas que prometiam grandes mexidas e muitos milhões movimentados. Tudo relacionado com uma eventual saída de Alexis Sánchez para o Manchester City, que iria levar o Arsenal a cometer uma loucura de 100 milhões de euros por Thomas Lemar, do Mónaco. No entanto, acabou tudo por ficar sem efeito: o Manchester City não anunciou nenhum contratação e a única grande notícia que saiu do lado dos citizens foi o regresso de Bony ao Swansea. Do lado do Arsenal, não houve entradas, mas vimos Oxlade Chamberlain protagonizar a maior transferência do dia, num negócio de 38 milhões de euros, que o levou para Anfield Road e para o Liverpool. Ainda assim, esta não foi a única saída a registar: Lucas Pérez, por empréstimo, voltou para o clube de onde tinha saltado para os Gunners, um ano antes, a troco de quase 20 milhões de euros, o Deportivo La Coruña.
O Chelsea foi outro dos protagonistas deste dia, ainda que não fosse pelas melhores razões. Na imprensa somaram-se as quantidades de ‘negas’ que o clube de Conte levou. Chamberlain e Llorente - que foi hoje confirmado no Tottenham, bem como Sérge Aurier - recusaram ir para os Blues. O campeão britânico, que neste mercado perdeu peças essenciais como Diego Costa (ou assim dá a entender Antonio Conte, pois já fez saber que não conta com o hispano-brasileiro) e Matic, acabou por garantir dois reforços tardios: Zappacosta, defesa direito do Torino, e Drinkwater, médio do Leicester.
O maior número, contudo, estava guardado para o final da tarde com a oficialização da transferência de Mbappé do Mónaco para o Paris Saint-Germain. Este só não foi o maior negócio do defeso porque se deu por empréstimo tendo em conta que a opção de compra só será acionada daqui a um ano. Faltam valores oficiais, mas a imprensa gaulesa fala num valor a rondar os 180 milhões de euros, números que colocariam o jovem prodígio francês como o segundo jogador mais caro da história do futebol.
Nas outras principais ligas europeias este foi um dia calmo. Na Alemanha, a maior transferência foi a mudança de Kampl do Bayer Leverkusen para o Leipzig. Em Itália, destaque para o empréstimo de Nani à Lazio.
Foi um dia com muitos zeros e com direito a algumas surpresas no final da noite e outras que poderão ficar guardadas para o decorrer desta sexta-feira, dia 1 de setembro - a ida de Adrien para o Leicester e uma eventual contratação sonante por parte do Barcelona, com Coutinho (Liverpool) à cabeça.
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