“Nem saio nem entro com mágoa em lado nenhum. Ao longo da minha carreira fui um felizardo em trabalhar onde e com quem queria. Saio com toda a naturalidade e sem ressentimentos, como aconteceu noutros clubes. Deixo alguns amigos e inimigos, mas isso faz parte do futebol”, explicou o experiente técnico, em conferência de imprensa.
Vítor Oliveira, de 66 anos, anunciou em 30 de junho a saída do comando técnico dos minhotos no final da temporada, um ano após ter sido contratado para montar um plantel de raiz e orientar o regresso do Gil Vicente pela via administrativa ao escalão principal, a partir do Campeonato de Portugal, na sequência do ‘caso Mateus’.
“Houve dois fatores marcantes: a necessidade de um desafio diferente, mais motivador do que poderia ser a continuidade na II Liga, e a velha amizade que tinha com o presidente [Francisco Dias da Silva]. As duas situações conjugadas levaram-me a aceitar o convite de bom grado, sabendo de antemão que seria muito complicado”, recordou.
De regresso a Barcelos, onde trabalhou entre 1992 e 1995 e nas temporadas 2001/02 e 2002/03, o treinador matosinhense ultrapassou uma “época que todos adivinhavam tormentosa” e comandou um desempenho tranquilo dos ‘galos’, “com grande bonança e sempre a navegar à vista”, como atestou a permanência a três rondas do fim.
“Chegámos a esta jornada com a satisfação de dever cumprido. Houve muito mérito dos jogadores, que são os grandes obreiros do que alcançámos. A época foi extremamente difícil e conseguir a manutenção praticamente sem sobressaltos do início ao fim foi magnífico. Estamos de parabéns e resta-nos fazer uma boa despedida”, apontou.
Vítor Oliveira lamentou que a paragem causada pela pandemia de covid-19 tenha quebrado o “ótimo momento” dos gilistas em março, despoletando um reinício de I Liga em junho “não muito bem conseguido”, que “abalou a estrutura de forma perigosa”, à medida que subia a incerteza associada à continuidade da equipa técnica.
“Felizmente voltámos a entrar nos carris, endireitámos e conseguimos os pontos necessários. É natural que os jogadores libertem alguma energia e acusem o relaxamento próprio de quem viveu sob uma tensão muito grande durante vários meses, mas a última imagem é extremamente importante, até em termos pessoais”, aconselhou.
Vítor Oliveira terá de colmatar as ausências do guarda-redes Wellington Luís e do defesa Henrique Gomes, ambos entregues aos cuidados do departamento clínico dos minhotos.
O Gil Vicente, nono classificado, com os mesmos 42 pontos do Santa Clara, recebe o Paços de Ferreira, na 13.ª posição, com os mesmos 38 do Marítimo e a manutenção confirmada, na sexta-feira, às 21:15, no Estádio Cidade de Barcelos, em jogo da 34.ª e última jornada, que terá arbitragem de Iancu Vasilica, da associação de Vila Real.
Comentários