A este respeito, a empresa indicou que o fim do negócio com a Yeezy, a marca desenvolvida em colaboração com Kanye West, representou um prejuízo de cerca de 400 milhões em termos homólogos, principalmente nas regiões da América do Norte, China e EMEA (Europa, Médio Oriente e África).
As vendas da Adidas até março deste ano totalizaram 5.274 milhões de euros, menos 0,5% face a idêntico período do ano anterior, enquanto o custo das vendas da multinacional subiu 9,7%, para 2.911 milhões de euros.
No primeiro trimestre, as vendas da Adidas cresceram 3,1% na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) para 1.996 milhões de euros, enquanto na América do Norte caíram 16,1% para 1.177 milhões de euros.
As vendas na China, por sua vez, ascenderam a 884 milhões de euros, uma queda de 11,9%, mas as receitas na Ásia-Pacífico cresceram em termos homólogos 12% para 567 milhões de euros, enquanto na América Latina aumentaram 42,6% para 595 milhões de euros.
A Adidas revelou ainda que a margem bruta no primeiro trimestre caiu 5,1 pontos percentuais para 44,8% (49,9% em igual período do ano passado), devido sobretudo ao impacto negativo dos custos mais elevados da cadeia de fornecimento, bem como por causa de maiores descontos, que não puderam ser compensados pelo efeito positivo dos aumentos de preços implementados pela empresa.
“O primeiro trimestre terminou um pouco melhor do que esperávamos”, disse o presidente executivo da Adidas, Bjorn Gulden, adiantando que o crescimento das vendas, excluindo a Yeezy, foi de 9%.
Por outro lado, o gestor realçou que os inventários ainda são “demasiado elevados”, mas que já são 300 milhões de euros mais baixos do que no início do ano, acrescentando que a empresa continua a trabalhar na “normalização dos seus níveis de stock”, o que “é crucial” para poder reduzir os níveis de desconto.
O ano de “2023 será acidentado, com números dececionantes, em que a maximização dos resultados financeiros a curto prazo não é o nosso objetivo. É um ano de transição para construir uma base sólida para um melhor 2024 e um bom 2025 e os anos seguintes”, explicou o gestor.
Assim, a multinacional confirmou que continua a prever que as receitas, excluindo o efeito da taxa de câmbio, diminuam a uma taxa elevada de um dígito em 2023, face aos desafios macroeconómicos persistentes e às tensões geopolíticas, com riscos elevados de recessão na América do Norte e na Europa, bem como a incerteza em torno da recuperação na China.
Além disso, a Adidas espera que o desenvolvimento das suas receitas também seja afetado por iniciativas para reduzir significativamente os elevados níveis de inventário, enquanto o cálculo computacional das suas receitas será afetado pela atual situação económica nos Estados Unidos e na Europa.
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