Um dia depois do anúncio da decisão da APA, o consórcio liderado pela petrolífera italiana avançou à Lusa que “irá agora desenvolver as atividades de planeamento para iniciar os trabalhos de forma segura dentro das condições estabelecidas pela APA”.
“O poço irá realizar-se com o recurso às tecnologias mais avançadas e às práticas operacionais mais exigentes, assegurando as condições máximas de segurança”, refere o consórcio em declarações à Lusa.
O consórcio realça que “o objetivo deste poço é confirmar a possível presença de hidrocarbonetos neste setor do ‘offshore’ português, que se localiza a mais de 46 quilómetros do ponto mais próximo da costa e a uma profundidade de cerca de 1.000 metros, e que não é visível a partir de terra”, referindo que as empresas responderam escrupulosamente todas as exigências colocadas pela legislação aplicável, bem como às solicitações levantadas pelas várias instituições públicas envolvidas no processo.
De acordo com elementos remetidos pela Eni à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para apreciação prévia e decisão de sujeição a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), de que foi dispensada na quarta-feira, o consórcio prevê iniciar a pesquisa de petróleo na bacia do Alentejo entre setembro e outubro, após uma preparação com uma duração estimada de três meses. .
“A data de início da perfuração está estimada entre o fim do terceiro trimestre e o início do quarto trimestre de 2018, a duração das atividades de perfuração está estimada em 46 dias (incluída a mobilização)”, lê-se no documento.
Antes da atividade de perfuração daquele que será o primeiro furo de pesquisa de hidrocarbonetos em Portugal, há uma fase de preparação durante a qual “todos os materiais necessários para a perfuração serão fornecidos e preparados na base logística, em Sines”, situada a aproximadamente 88 quilómetros do local da sondagem, com duração aproximada de três meses.
Entretanto, o navio-sonda (Saipem 12000) terá de ser mobilizado para o local da sondagem e, só depois, começa a perfuração do furo com uma profundidade de 1.070 metros (nível médio da água do mar), com uma duração de aproximadamente 43 dias. Depois a desmobilização levará cerca de três dias.
“Esta é uma atividade muito específica que requer profundos conhecimentos técnicos e uma vasta experiência pelo que o navio será equipado com uma tripulação altamente especializada de aproximadamente 150 pessoas”, refere o documento da petrolífera italiana Eni.
A petrolífera Eni entrou na concessão em dezembro de 2014, altura em que chegou a acordo com a Petrogal, subsidiária detida integralmente pela portuguesa Galp Energia, referente à aquisição de uma participação de 70% e direitos de operação associados às concessões dos blocos Gamba, Santola e Lavagante, ficando a Galp com os restantes 30% no consórcio (que antes tinha tido a brasileira Petrobras como parceira do projeto).
No último dia do prazo para tomar uma decisão, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) decidiu dispensar o furo de pesquisa de petróleo do consórcio Eni/Galp, ao largo de Aljezur, de Avaliação de Impacte Ambiental.
Em janeiro, o Governo deu ‘luz verde’ à prorrogação, por um ano, do período inicial de prospeção e pesquisa de petróleo na bacia do Alentejo, por considerar que o atraso na operação não é da responsabilidade do consórcio.
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