“Consideramos o banco BPI como um subsidiário estrategicamente importante do CaixaBank e esperamos que beneficie de apoio [de capital do CaixaBank] caso precise”, lê-se na informação hoje divulgada, na qual a S&P dá conta do aumento da nota de crédito de longo prazo dada ao BPI, de BB- para BB+.
Contudo, este nível ainda é dentro do grau de ‘lixo, ainda que o último degrau antes da passagem para grau de investimento. A S&P justifica o facto de a nota do BPI não melhorar mais com o ‘rating’ atribuído a Portugal, que a penaliza.
A agência de ‘rating’ passou ainda a perspetiva da nota do BPI de positiva para estável, ou seja, espera que esta se mantenha neste nível nos próximos meses.
Quanto ao controlo do BPI pelo CaixaBank, a S&P espera que dessa junção surjam sinergias e considera que o grupo espanhol ganha experiência com integração de mais entidades no grupo.
A agência de ‘rating’ fala também dos desafios que o CaixaBank terá com o BPI, nomeadamente na melhoria da sua rentabilidade, sobretudo se for reduzida ainda mais a participação do BPI no Banco Fomento de Angola (BFA), que tem sido nos últimos anos a grande fonte de resultados do banco fundado por Artur Santos Silva.
Esta melhoria do ‘rating’ do BPI acontece depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que deu o domínio do banco ao grupo espanhol CaixaBank, tendo agora 84,5% do capital social do banco.
A ‘holding’ angolana Santoro (de Isabel dos Santos), até agora segundo maior acionista do banco (18,5%), saiu da estrutura acionista, assim como o grupo português Violas Ferreira e o Banco BIC (que Isabel dos Santos também controla), ambos com participações acima de 2%.
Dos principais acionistas mantém-se apenas a seguradora Allianz (8%), que tem um acordo com o BPI para a colocação dos seus produtos.
Na sequência desta operação já a semana passada a Fitch tinha melhorado a nota do BPI, mas neste caso para grau de investimento, ainda que no nível mais baixo.
Comentários